O projeto Phantom Robotic Chessboard pretende resolver o problema dos jogadores solitários, que por não terem ninguém para jogar acabam por se colocar frente a um ecrã de computador em videojogos online. Resolve, mas os puristas gostam é de olhar para o tabuleiro físico e movimentar as respetivas peças. A poucas horas de acabar o crowdfunding (na altura de publicação da notícia), o projeto já reuniu mais de 3.300 investidores, angariando quase 1,9 milhões de dólares (e a contar), tornando-o bem-sucedido no Kickstarter. Cada tabuleiro custa 429 dólares, mas pode optar por pacotes mais apetrechados.

O xadrez foi construído em madeira, e à primeira vista é um jogo tradicional. Mas é no seu interior que reside o seu segredo tecnológico. O nome Phantom não podia ser mais apropriado para este tabuleiro, pois as peças do adversário movem-se literalmente sozinhas no seu turno. Ou seja, esteja a jogar contra a IA ou contra um adversário humano via online, no seu turno, as peças “ganham vida”, tal como se estivesse com alguém real à frente.

A Wonder Substance é uma empresa americana que criou o tabuleiro mecanizado, com um sensor sofisticado que deteta a posição exata de cada peça no xadrez. E o seu mecanismo é rápido e silencioso, movendo as respetivas peças de forma suave pelo tabuleiro, oferecendo uma experiência, pelo que se vê nos vídeos, impressionante.

Assim, apesar dos jogadores estarem a jogar contra a IA de um computador ou com um adversário humano através da internet, todas as respostas traduzem-se na ativação dos mecanismos do interior. Os adversários não necessitam ter o tabuleiro de xadrez, podem simplesmente jogar através do smartphone ou computador.

Mas não se pense que a “magia” está destinada apenas para os adversários. Dois jogadores podem sentar-se no sofá e ambos jogarem sem tocar nas peças, dando comandos de voz ao sistema. E a IA também pode fazer de personal trainer, capaz de memorizar todos os movimentos do jogador e oferecer recomendações de jogadas para melhorar o seu jogo.

Por fim, mais uma interessante adição ao tabuleiro é o modo Sculpture, o qual o Phantom consegue reproduzir autonomamente as melhores partidas e jogadas de sempre. Conta com uma libraria de movimentos curados por especialistas, mas os utilizadores podem também gravar e submeter as suas próprias partidas, para, por exemplo, entreter convidados que o visitem.

Claro que mais que um xadrez tecnológico, o Phantom procura ser igualmente uma peça decorativa elegante, graças às suas peças esculpidas em madeiras verdadeiras. E a Wonder Substance oferece um protocolo aberto de open source, para que qualquer entusiasta suporte o tabuleiro com outros projetos que imagine.

A empresa espera começar a entregar os tabuleiros de xadrez Phantom a partir de dezembro, para qualquer parte do mundo, diz na sua página no Kickstarter.