Desde que aterrou em Marte a 18 de fevereiro, o Perseverance tem estado ocupado numa autêntica "maratona" científica. Ao longo das últimas semanas, o rover esteve a documentar os testes de voo do helicóptero Ingenuity e, agora, voltou a centrar as suas atenções na procura por sinais de vida antiga na cratera de Jezero, onde se acredita que existiu outrora um lago.

A NASA explica que o rover está a usar o seu vasto conjunto de instrumentos científicos para analisar as rochas que existem na cratera. A câmara WATSON, localizada na extremidade do seu braço robótico permite captar fotografias detalhadas das rochas. Já o par de câmaras Mastcam-Z, no topo da sua "cabeça", tratam de analisar o terreno e um instrumento chamado SuperCam permite verificar a sua composição química através de lasers.

Composição de imagens captadas pelo rover Perseverancepelo
Imagens captadas através das câmaras Mastcam-Z a 27 de abril. créditos: NASA/JPL-Caltech/ASU/MSSS

Os dados recolhidos pelo rover ajudarão os cientistas a criar uma linha de evolução do lago que existia na cratera. Ao percebê-la, os especialistas conseguirão datar as rochas encontradas. De acordo com a NASA, há uma questão importante que os investigadores estão a tentar responder e que se relaciona com o tipo de rocha que existe na cratera de Jezero. Porém, a erosão das rochas ao longo do tempo e o facto de estarem cobertas por uma camada de sedimentos mais recentes pode dificultar toda a tarefa.

É verdade que o Perseverance não está munido de uma picareta que permita abrir as rochas, porém, dispõe de outras formas de tentar identificar a sua idade. Os cientistas podem comandar o rover para usar um instrumento abrasivo, raspando a superfície de uma determinada rocha e revelando a sua estrutura interna.

Para analisar a sua composição ao detalhe, seria necessário recorrer aos instrumentos PIXL (ou Planetary Instrumento for X-ray Lithochemestry) e SHERLOC (Scanning for Habitable Environments with Raman & Luminescence for Organics & Chemicals).

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No que toca a experiências científicas, recorde-se que, ainda em abril, o Perseverance conseguiu converter dióxido de carbono da atmosfera marciana em oxigénio, algo que será vital para a sobrevivência de astronautas no Planeta Vermelho.

À medida que o rover se dedica à sua missão de investigação, o Ingenuity prepara-se para novos voos depois de ter completado com sucesso o seu quinto teste, onde percorreu uma distância de 129 metros. O voo durou cerca de 108 segundos e o helicóptero conseguiu atingir uma nova altitude de 10 metros.

Segundo Bob Balaram, engenheiro da equipa do Ingenuity, o plano de operações é agora manter os testes de voo do helicóptero de uma forma que não atrase as investigações científicas do rover Perseverance. O responsável explica que há a possibilidade de serem realizados novos voos durante as próximas semanas, com a NASA a avaliar todo o progresso.

"Já conseguimos recolher todos os dados de desempenho de voo que precisávamos originalmente. Agora, esta nova demonstração de operações vai dar-nos a oportunidade de continuar a expandir os nossos conhecimentos acerca da forma como veículos aéreos funcionam noutros planetas", enfatiza Bob Balaram.

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