O hackaton organizado no Pixels Camp é um dos maiores atrativos para grande parte dos participantes no evento de três dias, mas não é o único. Às 12 horas de hoje tocou o gongo, depois de terem sido explicados os desafios lançados pelos patrocinadores para 48 horas de desenvolvimento, mas nem todos os inscritos correram para as mesas onde se organizam os trabalhos das equipas que durante 48 horas têm o desafio de mostrar as suas melhores ideias, porem a tecnologia e a criatividade à prova e apresentarem soluções, embora naturalmente não sejam produtos finais.

Há muito mais para explorar, desde o espaço dos makers a workshops e palestras, com espaços de trabalho mas também momentos de lazer, que incluem vários jogos, caçar fantasmas e karaoke, e criar, ou reavivar, o networking com alguns dos maiores (e melhores) geeks portugueses.

É a conjugação de tudo isto que faz do Pixels Camp um evento único. De hoje, 21 de março, até sábado, 23 de março, o Pavilhão Carlos Lopes em Lisboa acolhe 1.200 participantes, a maior parte dos quais considerados “geeks”, ligados à tecnologia e design. São mais de 100 palestras e workshops numa agenda muito preenchida e com a presença de oradores nacionais e internacionais, mas este é um evento "non stop", que se mantém sempre aberto no velho espírito das hackatons.

“Portugal é um país de talento e é um privilégio conseguirmos estar tão próximos do mercado”, explica ao SAPO TEK Celso Martinho, que lidera a equipa da Bright Pixel e que é também o fundador do SAPO. Nos últimos anos muita coisa mudou no panorama da tecnologia, há muito mais ferramentas e o potencial para escalar ideias, produtos e serviços é maior, e mesmo perante a muitiplicação de iniciativas de hackatons, concursos de ideias e startups Celso Martinho defende que há espaço para o Pixels Camp e para esta promoção da criatividade.

Na abertura da conferência a sala estava “à pinha” e havia entusiasmo e ambição no ar, numa planeia jovem, maioritariamente masculina (embora com um número cada vez maior de raparigas) e ao contrário do que acontece em muitas conferências quase todos estavam com os olhos postos no palco onde foram apresentados os desafios, e não nos ecrãs dos smartphones.

Não faltaram os "glitches" que sempre acontecem nestas apresentações, incluindo a falha da internet que obrigou a furar uma das regras que tinha sido enunciada minutos antes e a abrir uma excepção para a utilização de hotspots pessoais que são uma praga em eventos como este.

E porque o bom senso não está igualmente distribuído, e porque o evento e as pessoas evoluiram ao longo dos anos, há agora um código de conduta onde se definem o que é recomendável e o que é proibido, e aqui há de tudo, desde contacto físico não  consentido e comentários com teor sexual.

Da terra ao espaço em 48 horas

Os desafios criados pelos patrocinadores são múltiplos e variados, como são as empresas que apoiam o projeto. Desde a Aptoide que oferece AppCoins para as equipas desenvolverem soluções que envolvem a utilização de moeda virtual, à Sonae que desafia à criação de tecnologia de reconhecimento de imagens e catálogos mais inteligentes para o Continente.pt, passando pela SIBS que tem o MB Way como principal foco mas que vê com bons olhos a integração de outras APIs de várias entidades. A Microsoft está a oferecer Azure IoT Development Kits às equipas que estão a desenvolver projetos e há outras ofertas para atrair as melhores ideias.

A plataforma de suporte à hackaton é a TaiKai, baseada em tecnologia e blockchain e que depois do sucesso da utilização da ferramenta no ano passado acabou por se lançar como startup e volta a suportar este ano a inscrição as equipas e a votação nos vários projetos. Basta usar o utilizador de GitHub para poder inscrever um projeto e juntar os vários participantes, têm de ser pelo menos dois.

Só no sábado vão ser conhecidos os vencedores, mas o desafio é grande e nas mesas reservadas à hackaton já se percebe que muitos participantes vêm com o trabalho de casa feito, e ideias e equipas alinhavadas, mas que outros ainda procuram formas de se organizar.

No final os prémios no valor de 20 mil euros e o reconhecimento por parte das empresas e geeks presentes serão a recompensa do esforço dos três dias. Mas se não conseguirem a liderança do painel de projetos podem sempre tentar estar entre os primeiros da classificação da caça aos badges.

Badgets Pixels Camp v3