Enquanto alguns especialistas acreditam que o domínio das máquinas acabará por criar mais empregos, outros preveem que vários funcionários vão ficar sem trabalho num futuro próximo.

"Historicamente, o que pensávamos que os robots fariam eram coisas perigosas, sujas e maçantes", explica Ryan Calo, professor universitário e especialista em robótica. "Com o tempo, o número de coisas que os robots conseguem fazer aumentou”, afirmou como citado no Business Insider.

E as capacidades dos robots tendem a aumentar a passos largos. Ray Kurzweil, diretor de engenharia da Google, antecipou que por volta de 2029 os robots vão atingir o mesmo nível de inteligência dos humanos. E pelas tecnologias já desenvolvidas não é um cenário impossível de imaginar.

De seguida apresentamos-lhe 10 profissões humanas que os robots já fazem de “olhos” fechados.

Cozinheiro: noodles para o jantar?

O Foxbot prepara noodles mais perfeitos e mais rapidamente do que um humano. Ele até se limpa automaticamente. O robot pode ser encontrado num restaurante chinês onde a especialidade é a dita comida.

Mas será que consegue produzir a iguaria com a mesma qualidade que um cozinheiro de carne e osso? Numa prova cega, um cliente afirmou que gostou mais dos noodles preparados pela máquina do que a massa feita pelo homem.

O robot foi desenvolvido pela Foxconn Technology Group, uma das maiores fabricantes de dispositivos eletrónicos, mais conhecida por construir os produtos da Apple e da BlackBerry.

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Bartender: uma margarita ou um bloody mary?

Mas não é só ao nível de refeições que os robots se tornaram experts. A bordo do Royal Caribbean’s Quantum of the Seas, o seu cocktail poderá ser servido por dois robots dançantes, o N1-C e o B1-O.

Mas há mais, o “Bionic Bar” sabe a receita de 300 cocktails e consegue preparar mil bebidas por dia. Algo que em terra firme, não seria possível realizar por um humano. E se o cliente não souber o que pedir, pode escolher um tema e o robot oferecerá sugestões de 20 a 25 tipos diferentes de bebidas.

Segundo a empresa de cruzeiros, foram gastas 41.600 horas de mão de obra humana para construir os bartenders robóticos, com esse tempo podia-se por exemplo “construir aproximadamente 273 Lamborghinis”.

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Rececionistas: em que o posso ajudar?

E se depois de desembarcar reparar que a rececionista do seu hotel não é de carne e osso não desespere, é apenas a Saya, uma humanoide pronta para o auxiliar.

O robot foi desenvolvido por cientistas japoneses para empresas que pretendem cortar nos custos de funcionárias reais. Saya é capaz de falar e responder a questões com 300 palavras e 700 frases. Ela até consegue fazer conversas de circunstância.

No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer. Segundo o Daily Mail, há várias expressões que têm de ser aperfeiçoadas até se parecer com um humano de verdade - a título de exemplo, a sua expressão de nojo é muito similar à de tristeza.

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Empregados de mesa: vai querer mais alguma coisa?

Para além de funcionárias humanoides no Japão, um restaurante chinês tem dez empregados robots. Os droides recebem os pedidos dos clientes, levam os pratos até à mesa e geralmente até cumprimentam em Mandarim.

Segundo a Fox News, as máquinas andam pelo restaurante através de um sistema de sensores óticos que as impede de ir contra as paredes ou pessoas.

Os robots têm um tempo de vida estimado de cinco anos e as suas baterias recarregáveis duram até oito horas. Os donos do restaurante alegam que os humanoides, que custam mais de 9 mil dólares cada, vão fazer com que consigam poupar dinheiro a longo prazo.

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Babysitters: onde está o bebé?

Mas não pense que aqueles robots em forma de pessoa são os únicos robots que interagem diretamente com a raça humana. Se há alguma coisa que aprendemos com Hollywood foi que os robots não são apenas armas mortais mais também uma fonte de entretenimento.

Uma loja japonesa introduziu um pequeno robot amarelo e branco que toma conta de bebés enquanto os adultos fazem compras.

Ignorando, por agora, as perguntas óbvias e as preocupações que esta notícia levanta (deixaria seu filho sob os cuidados de um robot?), a tecnologia requer que as crianças usem crachás especiais com códigos QR para que o robot consiga identificar cada criança.

Segundo o Tech Radar, o robot consegue comunicar com os mais pequenos, apesar de estar limitado a poucas palavras. Para além disso, o robot utiliza ainda uma câmara digital num olho e um projetor no outro para não as perder de vista.

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Músicos: que música lhe apetece ouvir?

A Toyota tem vindo a fazer experiências em outras áreas além dos veículos. A fabricante de automóveis criou um humanoide capaz de tocar violino. O robot tem 17 juntas nas suas mãos e braços permitindo-lhe alcançar destreza semelhante à humana.

“Desde a fundação da Toyota, o nosso espirito corporativo tem sido «enriquecer a sociedade através da construção de coisas»”, lê-se no site do projeto. “Baseando-nos nesse espirito, a Toyota tem vindo a desenvolver um robot que serve de ajuda ao homem”.

Os humanoides, intitulados de “Partner Robots”, podem até dar um bom espetáculo mas o objetivo final da Toyota passa longe da música. Parte de sua visão de longo prazo, a empresa automobilística espera que estes robots desempenhem papéis importantes em áreas como a saúde.

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Cirurgiões: vamos salvar vidas?

Falando em saúde, os cirurgiões já usam sistemas automatizados para os ajudar com procedimentos não muito invasivos mas, no futuro, os robots vão poder ser equipados para realizarem cirurgias por eles próprios.

Uma das novas tecnologias que já dá que falar é a Da Vincy Surgery: uma máquina com pequenas mãos robóticas que é manipulada por um médico através de um ecrã. No entanto, os cientistas por trás desta tecnologia pretendem torná-la totalmente autónoma, de acordo com o Medical Daily.

“Muitas das coisas que fazemos manualmente, temos vindo a automatizar através da robótica”, afirmou a doutora Propa Ghosh à Fortune. “Em vez de usarmos suturas, agora usamos agrafos robóticos”.

A médica acha difícil as máquinas conseguirem fazer cirurgias por elas próprias devido às variações anatómicas dos pacientes.

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Anestesiologistas: Pronto? 3, 2, 1…

Mas não são só os cirurgiões que podem perder o emprego na área da saúde. Os anestesiologistas também. A empresa Johnson & Johnson desenvolveu um sistema chamado Sedasys, que proporciona Propofol, um forte sedativo, a um preço muito mais barato.

De acordo com um blog do The Wall Street Journal, um anestesiologista adiciona mais 600 a 2 mil dólares ao procedimento, enquanto que a máquina sairia por 150 dólares por cada um.

A Food and Drug Administration aprovou a máquina para pacientes com 18 ou mais anos, mas muitos profissionais estão a dar o alarme e a temer pela segurança dada pela tecnologia.

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Soldados: Ao ataque?

Embora os soldados ainda tenham de ser substituídos por um exército de robots, que parecem estar a desenvolver-se em forma de drones, há outras máquinas que estão cada vez mais a serem usadas em missões de reconhecimento e de combate.

Exemplo disso é a tecnologia MAARS (Modular Advanced Armed Robotics System), desenvolvida pela empresa QinetiQ North America, que tem enviado robots para o Iraque.

O robot é operado através de um controlo remoto e consegue ser comandado até 800 metros de distância. O veículo está equipado com armas, granadas e lasers.

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Astronautas: Em que posso ser útil, colega?

Foi a partir da parceria entre a General Motors e a NASA que o Robonaut 2 ganhou vida. O droide é equipado com vários sensores e com cinco mãos destras. O humanoide foi primariamente desenvolvido para fazer tarefas como limpar a estação espacial e assistir os humanos em operações espaciais.

“A destreza do R2 permite que ele use as mesmas ferramentas que os astronautas usam atualmente e elimina a necessidade de ferramentas especializadas apenas para robots”, explica agência espacial no seu site.

“Uma vantagem de um humanoide é que Robonaut pode assumir tarefas simples, repetitivas, ou especialmente perigosas em lugares como a Estação Espacial Internacional”. No entanto, segundo a mesma fonte, o robot poderá um dia aventurar-se para fora da estação espacial para ajudar os astronautas a fazer reparos ou realizar trabalhos científicos.

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Assim, de acordo com o engenheiro da Google, ainda nos restam 14 anos para governar o mundo. O aumento das proezas alcançadas na robótica ao longo das últimas décadas levantam uma questão crucial: será que o trabalho das máquinas vai abrir portas a um futuro brilhante para a humanidade ou esse futuro vai ser uma versão real da saga cinematográfica "O Exterminador Implacável"?