O caso não é inédito, mas não deixa de merecer um olhar atento. A proposta é da empresa austríaca Guger Technologies (g.tec), que levou à CeBIT a sua tecnologia para "escrever com o pensamento". A solução chama-se intendiX e tira partido das novas tecnologias para "dar voz" a doentes impossibilitados de comunicar pelos meios tradicionais.

Quando falamos em dar voz, não estamos a usar uma metáfora, mas antes a antecipar uma das capacidades do sistema, que, quando complementado com um software para transformar texto em voz e umas colunas, permite mesmo que o utilizador se faça ouvir pelos que o rodeiam.

A tecnologia recorre a eléctrodos EEG, a um amplificador de bio-sinais e a um computador portátil ou netbook com um software dedicado que corre sobre Windows, explicam os responsáveis pelo projecto.

Segundo a g.tec, o sistema é de fácil utilização, encontrando-se os eléctrodos embutidos numa espécie de touca, o que facilita a montagem, e o equipamento pode ser instalado e manuseado tanto pelos prestadores de cuidados de saúde como pelos familiares dos doentes, em casa.

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O software avisa automaticamente os utilizadores menos experientes quando o grau de fiabilidade dos dados num determinado canal é mau e quando iniciado pela primeira vez, o utilizador é submetido a um processo de "treino" para que o dispositivo calcule e se adapte às especificidades daquele paciente.

Concluído o processo, pode começar a usar a ferramenta de comunicação, que lhe permite "ditar mentalmente" texto e editá-lo, copiá-lo para um email, ordenar a sua impressão ou envio via UDP para outro computador - para além da possibilidade referida acima, da transformação das palavras em som.

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Para todas estas operações existem ícones específicos (na imagem), que o utilizador acciona através do raciocínio.

A utilização é demonstrada num vídeo disponibilizado pela Guger Technologies, que reproduzimos abaixo.