Numa altura em que os smartphones parecem ter atingido um elevado grau de maturidade e atravessam uma fase de menor margem de progressão tecnológica, coloca-se a questão de qual o próximo rumo de evolução na área dos dispositivos móveis.

Até agora tudo já parece estar feito. Os processadores já são multi-núcleo, as unidades de processamento gráfico também. O armazenamento interno há muito que já não é problema, os sensores fotográficos evoluem positivamente e os ecrãs são de alta definição. Pouca ou nenhuma latência no interface de utilizador está a tornar-se a norma e verdadeiras capacidades multitasking também são uma meta atingida.

Mas o mesmo se pensava há alguns anos quando os telemóveis atingiram dimensões mínimas e em alguns casos quase impraticáveis. E de repente tudo mudou.

A empresa Polytron Technologies, sediada em Taiwan, diz ter a resposta para o próximo passo evolutivo: os ecrãs transparentes. O Transparent Smartphone Prototype (TSP) foi apresentado no início do mês e foi o Mobile Geeks quem deu a conhecer ao mundo os planos da empresa asiática.

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O TSP está ainda em fase de desenvolvimento mas os indicadores são animadores no que toca à chegada de um produto comercializável em pouco tempo. Até ao final do ano a tecnologia vai entrar em fase de produção e pode depois ser vendida a terceiros para começar a ser implementada em dispositivos.

O ecrã é transparente e multitouch, mas é na tecnologia Switchable Glass que parece estar o segredo da empresa de Taiwan. A fabricante usa um ecrã OLED com capacidade condutora, que quando sujeito a carga elétrica, reage e leva os díodos a unirem-se para que reproduzam texto, números e imagens. Para "apimentar" a imaginação dos programadores, a tecnológica garante ainda que os dois lados do smartphone vão ser sensíveis ao toque.

A comercialização é um dos grandes desafios que se coloca a um projeto tão ambicioso, mas como contou o diretor executivo da Polytron Technologies ao The Verge, Sam Yu, a tecnologia usada no TSP já está a ser negociada com grandes fabricantes mundiais de smartphones.

Com a parte do negócio praticamente garantida, falta limar algumas arestas como os elementos físicos que são visíveis no ecrã transparente: cartão microSD, cartão SIM, sensor fotográfico e bateria. Aumentar a capacidade da bateria e fazê-la desaparecer também é um grande desafio para a marca oriental, mas a solução também está a ser trabalhada através de iões de lítio transparentes.

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Para os restantes componentes visíveis, a solução pode estar na utilização de um ecrã mais escuro no aro que circunda o ecrã. A limitação a nível de hardware é e vai ser nos primeiros tempos desta tecnologia, uma das grandes deficiências. Mas os ecrãs transparentes trazem outras possibilidades e vantagens, sobretudo no campo da interatividade - imagine-se por exemplo os modos de funcionamento das aplicações Google Goggles e Nokia Lens.

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Há muito que os dispositivos com ecrãs transparentes são um sonho projetado por Hollywood. E já houve outras propostas de telemóveis com ecrãs transparentes. A Sony introduziu o Xperia Pureness no mercado em 2009 e este esteve longe de ser um sucesso. A Nokia e a Samsung também têm protótipos de smartphones transparentes, mas com outra característica que as marcas parecem acreditar ser o próximo passo lógico - ecrãs flexíveis para dispositivos mais práticos.

Transparentes ou dobráveis, as duas características parecem não reunir consenso junto dos utilizadores que em muitos casos não veem utilidade prática nestes dois conceitos de evolução mobile.

Os leitores são convidados a debaterem na zona de comentários qual é próximo passo evolutivo dos smartphones - aspeto que também está em análise na votação TeK.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico