UC desenvolve e patenteia micro-robô que trata mal-formações faciais

A Universidade de Coimbra patenteou um micro-robô que foi desenvolvido para facilitar o tratamento de casos clínicos de sub-desenvolvimento facial. O dispositivo comunica sem fios e em tempo real o estado de evolução do paciente.

Um grupo de investigadores das Faculdades de Medicina e de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (UC) criou e patenteou um robô de pequenas dimensões que permite tratar de forma pouco invasiva deformações faciais, sobretudo aquelas relacionadas com o subdesenvolvimento do maxilar inferior.

O Distrator Mandibular Robotizado (DMR) tem o tamanho de um pequeno parafuso e é aplicado diretamente nos dentes, ao contrário dos distratores mais convencionais. O alargamento ósseo é feito de forma autónoma através de um processo de comunicação sem fios entre o dispositivo e os médicos, que podem enviar novas informações e recolher dados em tempo real sobre a condição do paciente.

"O cirurgião e o ortodontista podem monitorizar o processo de correção da deficiência à distância, e ajustar, a qualquer momento, o dispositivo. Assim, doentes de Trás-os-Montes ou do Algarve podem ser tratados a partir de Coimbra sem necessidade de deslocação", referem em comunicado os investigadores Francisco do Vale, Francisco Caramelo, Germano Veiga e Miguel Amaral.

O tamanho micro e a forma como é aplicado evitam vários processos clínicos a que o paciente normalmente tem que se sujeitar, como dupla intervenção cirúrgica com anestesia geral, monitorização médica diária e possibilidade de lesões nos nervos da cara. As imagens seguintes ilustram a diferença que existe entre os métodos convencionais e o micro-robô desenvolvido na UC.

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O processo simplificado que o DMR permite vai ser também vantajoso nos casos em que as deficiências faciais são menores e os pacientes acabavam por desistir devido à complexidade do tratamento clínico.

O equipamento está sob patente provisória. Os testes realizados até ao momento em animais já deram resultados e até ao final do ano devem começar os períodos de testes em humanos.

Os investigadores estão ainda convencidos de que no futuro o dispositivo vai evoluir para que possa ser aplicado a outras áreas das cirurgia faciais e inclusive na ortopedia.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico