O ambiente magnético da Terra está repleto de uma sinfonia de sons que não podemos ouvir. Ondas de frequência ultrabaixa compõem uma opereta cacofônica retratando a dramática relação entre a Terra e o Sol. Um novo projeto de ciência cidadã financiado pela NASA chamado HARP - ou Heliophysics Audified: Resonances in Plasmas - transformou essas ondas antes inéditas em assobios e outros "ruídos" audíveis.
Os primeiros testes mostram descobertas surpreendentes e agora a NASA convida os cientistas cidadãos a juntarem-se à jornada de exploração sónica do espaço para decifrar as vibrações cósmicas que ajudam a cantar a música do Sol e da Terra.
“O que mais me entusiasma no projeto HARP é a capacidade dos cientistas cidadãos fazerem novas descobertas na pesquisa heliofísica através da análise de áudio”, disse o principal investigador do projeto, Michael Hartinger, heliofísico do Space Science Institute. “Precisamos da ajuda deles para entender padrões complexos no ambiente espacial próximo da Terra”.
O espaço não está realmente vazio entre a Terra e o Sol, mas preenchido com uma sopa de partículas carregadas chamadas plasma. Este plasma vem do Sol, bombeado num fluxo constante chamado vento solar e esporadicamente explodido em erupções solares. Quando esse plasma solar atinge a Terra faz com que as linhas do campo magnético e o plasma em redor do planeta vibrem como as cordas dedilhadas de uma harpa, produzindo ondas de frequência ultrabaixa, refere a NASA.
Veja o vídeo explicativo
Em 2007, a agência espacial norte-americana lançou cinco satélites como parte da missão Time History of Events and Macroscale Interactions during Substorms, ou THEMIS. Espalhada pela magnetosfera, a missão estudou como o plasma e a energia que se movem pelo ambiente da Terra e desencadeiam diferentes tipos de auroras (luzes do norte e do sul). Em 2010, duas naves foram realocadas para estudar o ambiente da Lua, mas as outras três continuam a investigar a magnetosfera e as auroras do planeta azul.
Como as frequências das ondas medidas pela THEMIS são muito baixas para os nossos ouvidos, a equipa do HARP acelerou-as, convertendo-as em ondas sonoras. Desenvolveu igualmente uma ferramenta interativa que permite ouvir essas ondas e apontar-lhes características próprias dos sons.
Os investigadores envolvidos no projeto consideram que os humanos costumam ser melhores a captar padrões de ondas “de ouvido” do que “a olho nu” – e podem até sair-se melhor do que os computadores na identificação de padrões complexos que surgem durante eventos solares extremos.
Pode desde já começar a explorar os sons do espaço visitando o site do HARP.
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