(Actualizada) A Associação do Comércio Audiovisual de Portugal (ACAPOR) está desde as 14 horas instalada no Largo Camões, em Lisboa, em protesto contra o download ilegal.

[caption]24 horas de downloads ilegais contra a pirataria[/caption]

Os manifestantes vão assentar arraiais na praça lisboeta até amanhã e trouxeram um portátil e uma placa de banda larga móvel para uma maratona simbólica de 24 horas a "sacar filmes", mostrando que estão a levar a efeito uma actividade ilegal sem que as autoridades tomem qualquer atitude. O objectivo é chamar a atenção da sociedade civil e dos governantes para a necessidade de "aplicar a lei" criada para combater o download ilegal.

O director executivo da ACAPOR, Alexandre Bravo, disse ao TeK que não defende soluções como as que se ponderam em países como o Reino Unido ou França que prevêem o corte das ligações de Internet aos prevaricadores. Alexandre Bravo acredita que as soluções têm de se adequar à realidade do país e que as leis actualmente em vigor serão suficientes se forem aplicadas, o que, na sua opinião, não está a acontecer.

[caption]24 horas de downloads ilegais contra a pirataria[/caption]

Nos últimos seis anos fecharam cerca de 800 clubes de vídeo, o que resultou na perda de 2.400 postos de trabalho, alega o porta-voz do movimento. Para as cerca de 400 lojas ainda no activo antecipa um cenário ainda mais catastrófico, pois, segundo afirma, "correm o risco de fechar nos próximos 6 meses".

O presidente da ACAPOR associa os números ao crescimento da oferta de conteúdos ilegais na Internet, bem como da qualidade e velocidade dos serviços prestados pelos ISP e diz que o problema se "tem vindo a agravar-se essencialmente nos últimos dois anos, com o aumento do tráfego". As tarifas fixas (com downloads ilimitados) foram outro dos factores mencionados.

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O tráfego médio do consumidor de Internet em Portugal passou dos 10 GB por mês há um ano atrás para os 18,6 GB actualmente, afirma o responsável, citando os últimos dados da ANACOM.

"Eu arriscaria, por dados que já existem internacionais, a dizer que 80 a 85 por cento do tráfego que actualmente existe na Internet é para fornecer conteúdos ilícitos", afirma Alexandre Bravo.

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O responsável admite que no futuro, quando existir um maior controlo sobre o download ilegal, a associação possa vir a investir numa plataforma de aluguer online de filmes, uma opção que seria usada em combinação com o sistema tradicional de aluguer na loja.

Os serviços de Video on Demand que começam a fazer concorrência aos clubes de vídeo tradicionais não são vistos pela associação como uma ameaça já que a oferta normalmente disponibilizada é normalmente constituída por conteúdos mais antigos.

Os manifestantes esperam reforços para a noite e garantem que vão continuar a sacar filmes à alucinante velocidade de 272Kbps... pelo menos enquanto durar a bateria do netbook.

Nota de Redacção: A notícia foi actualizada com mais informação.

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