Há 25 anos que a Amazon utiliza machine learning nas suas soluções, operando centenas de serviços da gigante tecnológica de Jeff Bezos. O CTO da empresa, o dr. Werner Vogels deu uma talk no Web Summit sobre como a AWS (Amazon Web Services) está a tentar democratizar a tecnologia, e a oferecer soluções para todos os produtores de tecnologia.

“Já não penso na Amazon como uma retalhista, mas como uma empresa de tecnologia, que investiga sobre machine learning, que por acaso foi fundada por cientistas de computação, que começaram por encontrar uma forma de vender livros online, e veja-se onde está hoje”, destaca. Todas as tecnologias utilizadas por muitos retalhistas foram produzidas na própria empresa, acrescenta. A empresa constrói módulos em torno dos dados existentes e aplica-os de forma útil.

Os cientistas de inteligência artificial somam-se aos produtores para criar a tecnologia inovadora, sejam chabots, estruturas de rede, reconhecimento de voz, compreensão de língua, e tudo isto é suportado por machine learning, sublinha, referindo que tem milhares de empregados dedicados à investigação de inteligência artificial.

A empresa entrega milhares de milhões de encomendas por ano para 185 países, tendo áreas de forecasting, compras, promessas de clientes e colocação dos produtos. Tudo isto é gerido por tecnologia assente em machine learning. E o CTO refere que todos os produtos são visados, desde sacos de plástico a televisões de alta gama. O sistema olha para a elasticidade do preço, os produtos que não vende, assim como a procura sazonal ou regional. O sistema consegue prever a venda de produtos que nunca vendeu, ou adivinhar as tendências para as épocas específicas, como por exemplo o Halloween, sugerindo o que está na moda.

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Dr. Werner Vogels, CTO da Amazon explica casos de sucesso do uso de machine learning.

Através do sistema de deep learning consegue-se uma maior previsão, utilizando redes neurais para obter maior assertividade. A empresa investe ainda para criar sistemas de entrega, desde a “imediata”, como em dois dias, seja por mar, terra ou ar. O objetivo é tornar o serviço Prime cada vez mais rápido e para tal está a trabalhar em sistemas para entregar encomendas até 15 quilos, em 15 minutos, num raio de 15 milhas. Para tal é necessário ter sensores para reconhecer o terreno, seja através de segmentação de imagem, redes neurais e fototelemetria. O sistema de deteção de obstáculos e como evitá-los, e através de deep learning consegue mesmo aprender com os objetos em movimento.

Ainda no que diz respeito aos drones, este deteta um perímetro em torno de um obstáculo, como uma pessoa e gere a sua descida, esperando um pouco para aterrar no local designado para entregar a encomenda, e o mesmo se aplica aos cabos de eletricidade. Mas a empresa tem também sistemas de entrega terrestres, autónomos para entregas Prime, utilizando vários sensores.

O executivo destaca ainda como os produtos nas mercearias conseguem ser distinguidas, mesmo quando estão com defeito ou corrumpidos pelo sistema de machine learning. A tecnologia é ainda aplicada à Alexa, e como o assistente virtual tem sido melhorado através da sua plataforma de machine leaning, que inclui sistemas de texto para voz.

Com estes exemplos internos, o CTO da empresa entrou no campo técnico para referir às empresas presentes na plateia que pode utilizar as suas soluções de machine learning em qualquer projeto.

O Web Summit visto pelo SAPO TEK

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