O cloud computing é o tema central da CeBIT este ano. A tendência está por isso subjacente a muitos dos anúncios que saem da feira e mesmo de iniciativas independentes, mas que aproveitam a atenção redobrada do mercado para as novidades tecnológicas. Mesmo assim, as novidades que têm saído da feira são - pelo menos até agora - apenas mornas.



Se é verdade que a nuvem está em todo o lado e o conceito se aplica a várias áreas, desde o acesso ao Facebook ou ao Hotmail, à contratação à medida de serviços empresariais em plataformas alojadas pelo fornecedor, o cloud é tudo isso e os gigantes das TI estão a investir fortemente na área. Não se nota é que tenham reservado para a Alemanha as novidades mais marcantes da sua estratégia. Mesmo assim há algumas a registar.



Ontem já demos nota do lançamento protagonizado pela Microsoft nesta área, aproveitando o palco de Hanôver. A empresa liderada por Steve Ballmer deu detalhes sobre o seu novo Windows InTune, uma solução para a gestão centralizada de redes de PCs na nuvem.



O produto assegura gestão actualizada, inventário de hardware e software de assistência remota, para além de outras funcionalidades. Tudo a partir de uma mesma consola de base web. Permite ainda acesso a uma solução anti-malware e oferece às empresas que a subscrevam a possibilidade de actualizarem o seu sistema operativo para a versão Enterprise do Windows 7.



A nova oferta chega a Portugal e ao resto do mundo a partir de 23 de Março.



A aposta na cloud tornou-se tão relevante para a dona do Windows que a feira de Hanôver está também a servir para a explicar, dando destaque especial a alguns dos produtos mais emblemáticos que lançou neste enquadramento, nos últimos tempos. Na mesma linha a Microsoft também aproveita para dar destaque a mais de três dezenas de projectos cloud suportados na sua tecnologia.



A área da impressão juntou também várias empresas para mais um anúncio relacionado com a nuvem. A Brother, Dell, Funkwerk, Konica Minolta, Kyocera Mita e OKI são os membros fundadores da Cloud Printing Alliance.



Basicamente, a aliança tem como objectivo aumentar o número de equipamentos com suporte à solução de impressão baseada na nuvem da Cortado, uma subsidiária da ThinPrint AG.



Uma das aplicações possíveis da solução, explicaram os promotores, é garantir que um utilizador pode, sem complicações, ordenar a impressão de documentos na empresa, a partir do smartphone.



Outra novidade lançada na feira foi o anúncio da SAP - que está a jogar em casa - do seu novo Sales OnDemand, uma nova oferta para juntar à suite de produtos empresariais oferecidos a partir da nuvem.



O Sales OnDemand, que é considerado uma resposta ao SalesForce, disponibiliza ferramentas de CRM e dirige-se aos clientes que já utilizem a plataforma Business ByDesign, mas também a novos clientes.



A SAP sublinha que a nova oferta traz novas potencialidades de social networking para as comunicações empresariais. Tem, por exemplo, uma área própria para interacção de equipas comerciais a fazer lembrar o Twitter, diz quem já viu.



À margem da feira e noutro continente, em Las Vegas, a IBM decidiu igualmente aproveitar o momento para lançar novas ofertas nesta área do cloud computing. No Pulse 2011 a fabricante anunciou vários produtos que ajudam as empresas a optimizar o consumo de serviços na nuvem. São exemplos um programa para acelerar a criação de máquinas virtuais; um programa para melhorar a gestão de recursos em centros de dados (Tivoli Provisioning Manager 7.2), entre outros.



Hoje foi a vez da Google revelar novidades na mesma área, também à margem da CeBIT. Dentro de dias a empresa vai passar a permitir que os utilizadores das aplicações que compõem a suite Google Docs comprem espaço adicional para acomodar os ficheiros criados a partir daquele portefólio de ferramentas.


Dados divulgados já na feira indicam que os consumidores deverão gastar este ano 1,6 mil milhões de euros em serviços cloud, número que deixa pouca margem para dúvidas em relação à relevância da tendência.


Somando o mercado empresarial, as receitas provenientes do cloud computing deverão ascender a 3,5 mil milhões de euros este ano, num crescimento de 55 por cento.

Cristina A. Ferreira