A prática da partilha de código malicioso online tem vindo a aumentar nos últimos meses, segundo reporta a Symantec. Procedendo deste modo, os criadores de vírus e worms incentivam outros a replicar o seu trabalho, desenvolvendo variantes tão ou mais maliciosas do que as versões originais.



A empresa norte-americana de software de segurança salienta que o volume de malware partilhado na Internet pelos seus criadores aumentou cinco por cento em 2003 e indica ter encontrado mais de 38 mil sites contendo código fonte para vírus e worms.



Na maioria dos casos, os sites acabam por ser encerrados pelas autoridades, mas existem outras formas de transferir os códigos-fonte dos vírus pela Internet, menos óbvias e mais difíceis de detectar. Os criadores de malware costumam organizar pequenas listas de email, ou usar salas de chat e programas de instant-messaging, assim como redes de partilha de ficheiros, como a Kazaa.



Considera-se que a maioria das versões originais dos vírus mais recentes deverão ter sido escritas por programadores informáticos, mas as suas variantes podem ser criadas por qualquer pessoa que aceda ao código original, mesmo com poucos conhecimentos de desenvolvimento de software, salienta a Symantec, em declarações ao jornal Washington Times.



Entre as variantes copycat - versões desenvolvidas a partir da partilha do código malicioso original - mais prejudiciais dos últimos meses estava o SoBig.F, a sexta versão do SoBig, que infectou milhões de computadores com o envio de mais de um milhar de milhão de mensagens de email em Agosto passado. O SoBig.F atingiu muito mais máquinas do que qualquer uma das suas versões anteriores.



Os analistas consideram que apenas um pequeno número de pessoas tiveram acesso ao código fonte dos worms mais maliciosos, mas isso não impediu a criação de variantes com capacidade para infectar milhões de computadores.



Do worm MyDoom, que surgiu em Fevereiro e que atingiu milhões de computadores no mundo inteiro, conhecem-se pelo menos sete versões. Já dos recentes Netsky e Bagle contabilizam-se 14 versões para cada um.



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