Em 2010 a Tranquilidade pretende gastar pouco mais de nove milhões de euros com Tecnologias da Informação. Há 10 anos a empresa gastava a 19,4 milhões de euros com tecnologia. José Vera, director de organização e sistemas da Tranqulidade, partilhou os números esta manhã no painel do congresso da APDC dedicado ao tema do cloud computing.

À margem do encontro, o responsável explicou ao TeK que as apostas em modelos as a service começaram há muito na seguradora e, embora não sejam a única justificação para a optimização de custos que a empresa conseguiu na área das TI, têm uma relevância significativa.

O princípio da mudança na lógica de organização dos sistemas de informação da companhia começou em 1994, quando se iniciaram algumas mudanças ao nível dos sistemas de suporte.

Continuaram em 2000, quando os mainframe deixaram de ser usadas na companhia e se procedeu a um replataforming do SI. As máquinas mudaram as aplicações mantiveram-se e com isso todo o ambiente para o cliente. Mas prosseguiu o processo de reavaliação de custos, ponderado com análise de risco.

A empresa acabou por concluir que a factura associada à gestão de serviços que não eram críticos para a actividade da seguradora era elevada. Conclusão: procurou parceiros para a gestão de áreas como o email, CRM, aplicações de produtividade e para os próprios centros de dados, entre outras áreas. Google Docs, SalesForce ou (no caso do datacenter) PT substituíram os modelos antigos com poupanças muito relevantes, garante o responsável que detalha dados em relação à migração para o Google Docs: "em três meses e meio conseguimos obter o ROI".

José Vera explica que hoje qualquer operação Tranquilidade pode ser realizada via Internet e que a opção progressiva na nuvem deu ao grupo condições para avançar num processo de internacionalização que ganhou fôlego em 2005, a custos muito inferiores àqueles que representaria uma operação que tivesse de montar fisicamente em cada geografia toda uma infra-estrutura TI.

As poupanças contabilizam-se ao nível da criação e manutenção de infra-estruturas e permitem que em algumas operações no estrangeiro a seguradora não precise de mais do que os postos de trabalho, na instalação local.

Sublinhando que o cloud não é nem se tornará uma espécie de solução para todos os males, José Vera admite no entanto que esta nova lógica de serviços colocou ao alcance de empresas que numa escala de competição local são pequenas, ferramentas que há 10 anos estavam apenas disponíveis para "grandes jogadores".