A Agência Espacial Europeia
(ESA) acaba de divulgar as principais conclusões do estudo SpaceGrid, iniciado há dois anos atrás, que abordou a forma como a utilização emergente das grelhas informáticas poderá aumentar e melhorar a utilização de aplicações espaciais.

De acordo com Ian Foster, um dos primeiros mentores do emprego de grids informáticas em investigação, "a computação em grelha é a integração em larga escala de sistemas informáticos, através de redes de alta velocidade, para a disponibilização de acesso on-demand a capacidades de processamento de dados que não estão disponíveis a um individuo isolado ou grupo de máquinas".

Entre os benefícios, contam-se uma economia de tempo, dinheiro e recursos, assim como a possibilidade de implementar "organizações virtuais" para investigação e estudo, ou seja, um grupo de cientistas e técnicos que podem trabalhar em organizações e países diferentes mas que partilham dados e informação.

O estudo agora divulgado demonstra que é necessário resolver uma série de
questões antes que as grids atinjam a sua maturidade e se generalizem, tais como a padronização da linguagem e códigos das grelhas, a criação de middleware - o termo correspondente nas grids ao software - de elevado desempenho, a realização de investigações
adicionais sobre os sistemas grid e a melhoria da interoperabilidade entre as grelhas e outros serviços Web acessíveis.

Outros pontos indicados pelo documento são a necessidade de melhorar a
velocidade de ligação das redes entre data centers, laboratórios de informática e os utilizadores, de estabelecer um ambiente seguro para as grids, abrangendo firewalls e funcionalidades de segurança compatíveis com estes sistemas, de implementar um quadro legal permitindo a exploração de recursos das grids, de assegurar a qualidade dos serviços e garantir a educação e a generalização desta tecnologia.

De acordo com o estudo, as aplicações relacionadas com o espaço representam oportunidades para a utilização e desenvolvimento adicional de tecnologias relacionadas com as grids. Estas aplicações deverão ser consideradas como casos apropriados para receberem mais financiamento por parte da União Europeia.

Com a conclusão do estudo, o próximo passo da Agência Espacial Europeia será efectuar a implementação de aplicações reais em domínios que o SpaceGrid demonstrou que as grids poderiam ser melhor exploradas, em especial na observação terrestre, ciência solar e telemonitorização para a engenharia de dispositivos espaciais e design concomitante.

O objectivo do trabalho proposto de implementação posterior ao estudo é o de demonstrar que a tecnologia Open Grid Service Infrastructure (OGSI) poderá disponibilizar a base para um middleware distribuído com vista à
observação da Terra e destinado à ciência solar mediante a distribuição do acesso a metadados, catálogos, inventários e dados arquivados e a
disponibilização de processamento de dados on-demand mediante serviços distribuídos.

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