O caso aconteceu na sexta-feira passada, mas só agora é que os especialistas em moedas digitais estão a ganhar plena consciência do sucedido. Por breves momentos 51% de todo o poder de mineração do Bitcoin esteve concentrada numa única rede, a pool Ghash.io, o que abriu a possibilidade de pela primeira vez as transações da moeda digital poderem ter sido falsificadas.



A moeda que se diz descentralizada esteve por instantes sujeita a centralização. Os administradores da rede Ghash.io podiam simplesmente ter roubado dinheiro a outros utilizadores e fazer com que tudo fosse legal e irreversível, isto porque tinham poder suficiente para mudar os registos relativos à propriedade da moeda.



Imagine a Bitcoin como uma democracia em que cada utilizador representa um foco de poder. Mas neste caso mais de metade da população estaria de acordo em roubar dinheiro e como foi aprovado pela maioria, seria então algo incontestável.



Sabe-se que não houve nenhuma tentativa real de desviar dinheiro e de desvirtuar o sistema, mas o alerta ficou dado. Isto porque já em janeiro a pool Ghash.io tinha conseguido atingir 45% do processamento total da criptomoeda. Foram implementadas regras para que o valor não crescesse, mas não tiveram efeito.



Os 51% de poder foram rapidamente repostos para valores próximos aos 40%, isto porque alguns grupos decidiram retirar o seu poder de processamento da rede.



De acordo com especialistas ouvidos pelo The Guardian, o Bitcoin correu o risco de ser destruído. Bastaria haver a tentação de forjar uma transação para que a desconfiança na moeda eclipsasse boa parte da confiança que tem vindo a conquistar e o valor implodisse.



Outros analistas dizem que a desvalorização provocada por uma verificação forjada não iria compensar economicamente, pelo que mesmo estando reunidos 51% do poder de processamento, não existem motivos para preocupações.



O segmento das moedas digitais disponibiliza mais alternativas além do Bitcoin: Litecoin, Feathercoin, AnonCoin, QuarkCoin, Dogecoin, Darkcoin e Cryptoescudo, o bitcoin português, são algumas das outras criptomoedas que existem.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico