Estão prontos 126 dos 150 centros de ensino primário, secundário e de formação profissional que constituirão a totalidade da Rede Tecnológica Educativa (RTE) da Estremadura, um projecto que tem vindo a ser promovido por aquela região autónoma espanhola desde 1999, paralelamente a outros, e que a transformaram em pioneira na área da Sociedade da Informação.



Para empreender aquilo que denomina como "revolução tecnológica", o governo da Estremadura já conseguiu dotar todas as instituições de ensino da região com mais de 80 mil computadores, 66.289 dos mesmos destinados às escolas secundárias, que passaram a registar este ano lectivo um rácio de um PC por cada dois alunos. Com a instalação de cerca de 11.500 máquinas nas escolas do primeiro ciclo, a média para este grau de ensino situa-se actualmente em um PC para cada 5/6 alunos.



Dos 126 centros de ensino actualmente operacionais, mediante os objectivos estremenhos para a Sociedade da Informação, 112 já leccionavam, tendo sido remodelados para atender às necessidades da informatização, e 14 são escolas construídas de raiz, faltando construir 24 para atingir o número total que constituirá a Rede Tecnológica Educativa da Estremadura.



Os PCs instalados, de marca variada onde constam, por exemplo, HP e IBM, estão equipados com um processador Pentium IV a 1,8 GHz, disco duro de 40 Gb e 256 Mb de memória RAM. Denominado GNU/Linex, o software usado foi criado por professores e, tal como a designação deixa adivinhar, baseia-se no sistema operativo livre Linux. Uma aposta do governo estremenho justificada, em grande parte, por razões económicas evidentes.



A opção pelo software livre permite à Conselho de Educação Ciência e Tecnologia poupar 30 milhões de euros a cada dois anos, segundo o adiantado por Luís Millán Vásquez de Miguel, conselheiro estremenho para aquela área, durante o encontro com a imprensa portuguesa, que decorreu ontem em Mérida.



"Não poderíamos pagar 100 mil licenças, além de todas as questões de segurança levantadas à utilização de software proprietário", justificou o responsável, indicando que investimento efectuado no desenvolvimento do Linex rondou os 300 mil euros.



Um instituto de ensino secundário de média dimensão tem cerca de 500 alunos, 329 computadores e 25 quilómetros de cabo dentro do próprio edifício, que asseguram a ligação em banda larga a um mínimo de 2 MB à Internet e à Intranet Regional, um projecto que, tal como a Rede Tecnológica Educativa, faz parte da iniciativa de colocar a Estremadura espanhola "na" Sociedade de Informação.



Na concepção do plano estratégico para a área da educação, que se começou a concretizar em 1999, um dos objectivos era alcançar o rácio de cinco computadores por cada 10 alunos, um valor muito superior à média europeia que, segundo o Eurobarómetro de 2001-2002, era de 1,3 computadores por cada 10 alunos.



Os objectivos iniciais estão superados, segundo o afirmado por Angelo Benito Pardo, secretário geral para a educação do Governo da Estremadura, ao TeK, prevendo-se assim que até 2006, aquela região autónoma possa inclusive melhorar as médias a que se propõs quando criou a sua Rede Tecnológica de Educação.


Nota de Redacção: [18:42] O texto foi alterado com a correcção de alguns valores e com a adição de informação.



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