As autoridades norte-americanas recorreram a dados de localização obtidos pela Google para encontrar, pelo menos, um dos manifestantes que participou nos protestos contra a violência policial do passado mês de maio. De acordo com o TechCrunch, a polícia do Minneapolis utilizou um mandato de captura para obter acesso a estes dados. Sabe-se que os agentes procuravam identificar suspeitos de terem incendiado uma loja de artigos para automóveis, pelo que solicitaram à tecnológica informações das contas Google que foram detetadas junto à loja num delimitado período temporal de 20 minutos.

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O departamento recusou-se a responder às perguntas do Engadget, justificando o silêncio com o facto de ainda existir uma investigação em curso. A polícia acredita, no entanto, que há um suspeito responsável por acicatar ações mais violentas numa onda de protestos que, até à sua intervenção, teriam sido pacíficos. Segundo escreve o mesmo portal, este homem está ligado a um grupo de supremacistas brancos.

Dada a abrangência de dados que um pedido desta natureza engloba, há certamente muitas pessoas inocentes que terão os seus dados na mão das autoridades, neste momento. Said Abdullahi é um dos manifestantes que fará parte deste grupo. O utilizador foi alertado pela Google para a probabilidade e afirma que só esteve presente no local para filmar os protestos.

Já existem esforços no sentido de limitar este tipo de pedido a empresas tecnológicas. Os críticos acreditam que esta é uma forma de fugir às linhas constitucionais que protegem os cidadãos norte-americanos de investigações indevidas, uma vez que estes dados implicam, muitas vezes, cidadãos inocentes.

Na esfera legislativa, existe já uma proposta de lei em discussão que prevê a proibição dos pedidos de acesso a conjuntos de dados por “geofence” (dados obtidos num dado perímetro virtual durante um dado período de tempo). Por enquanto, estes pedidos continuam a ser acedidos.

Os protestos visados, neste caso, foram desencadeados pelo homicídio de George Floyd, cidadão afro-americano, às mãos de um agente da polícia de Minneapolis.

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