Já tinha sido especulado que o desenvolvimento do Flame, o vírus que foi recentemente identificado como uma arma para cibersabotagem, teria origem nos Estados Unidos e em Israel, mas uma fonte bem colocada confirma agora essa informação ao jornal Washington Post.

O jornal escreve que o vírus foi desenvolvido em conjunto pela National Security Agency (NSA), a CIA e as forças militares israelitas e tinha como objetivo sabotar e atrasar o programa nuclear de Teerão. O ataque já tinha sido admitido pelo Irão no mês passado, altura em que o país confirmou uma série de ciberataques à sua indústria petrolífera.

O Flame foi identificado recentemente pela Kaspersky, que garante ter já o antídoto. A empresa de segurança afirma que este é um dos piores vírus de computador de sempre.

Depois do Stuxnet, esta é outra das ciberarmas que confirmam suspeitas daquilo que se pensa ser uma campanha de sabotagem contra um adversário dos EUA. O ataque fará parte "da preparação do campo de batalha para outro tipo de operação secreta", afirmou um antigo alto cargo de uma das agências de informação americanas, ao referido periódico, acrescentando que o Flame e o Stuxnet são elementos de um assalto mais vasto contra o programa nuclear de Teerão.

Já na análise do ataque do Stuxnet algumas fontes tinham confirmado ao jornal The New York Times que o vírus teria tido mão dos Estados Unidos e de Israel, afetando as instalações nucleares do Irão numa altura em que a polémica sobre o desenvolvimento do programa nuclear do país era mais acesa.

O vírus Flame, cujo nome técnico é Worm.Win32.Flame, é considerado um dos mais sofisticados e subversivos malwares até hoje conhecidos. Foi desenhado para se replicar mesmo em redes de alta segurança, tendo capacidade para recolher informações valiosas e dados sobre tráfego dessas mesmas redes, e enviar informação a partir dos computadores pessoais infetados para os seus criadores. O Flame foi criado para fazer tudo isto, mascarando-se como rotina de atualização do Windows.

Nota de redação: Foi corrigida uma gralha no nome da capital do Irão.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Tiago Valente