A QNAP organizou a conferência QNAP World Tour em Madrid para fazer um ponto de situação sobre os seus novos sistemas de armazenamento e soluções de servidores NAS para formatos profissionais e empresariais. A empresa assume-se como líder mundial em servidores NAS, tendo registado uma média de crescimento anual de 20% nos últimos sete anos, sobretudo na área de networking. E ainda duplicou a faturação face ao ano anterior nos seus principais negócios: software, myQNAPcloud, bosafe e QVR.
Segundo Adrián Groba, Country Manager ibérico da QNAP, o seu segredo não pode ser explicado pelo ChatGPT, é preciso confiança, uma equipa em quem pode confiar, mas obviamente boas soluções para os seus clientes. E essa confiança estabelece-se com a disponibilidade, estabilidade, capacidade de previsão, integridade e segurança.
A empresa já emprega inteligência artificial na cloud privada QNAP, seja no sector público como privado. E afirma ser líder no seu segmento devido às suas soluções de segurança e privacidade dos dados, a capacidade de controlo de custos, o rendimento, personalização e requisitos de cumprimento.
No que diz respeito aos seus produtos, afirma que a configuração recomendada para uma cloud privada é de 4 Petabytes a 35 GB/s. E a sua cloud NAS oferece quatro componentes de infraestrutura: Thunderbolt LAN, CLoud Link, Q VPN e QuWAN. São termos técnicos para basicamente distinguir as soluções para utilizadores locais, clientes remotos, um profissional remoto e uma sucursal de uma empresa, respetivamente. E a sua solução de NAS é compatível com praticamente qualquer sistema de cloud pública, como o OneDrive, Azure, Dropbox, Google Cloud, Amazon S3, IONOS, etc.
Veja na galeria imagens do QNAP World Tour:
A QNAP aposta ainda, a nível de software, no sistema QuTS hero h5.2, aquele que a empresa diz ser o apoio definitivo para uma equipa de TI. Este garante a integridade da rede em tempo real. Já o Snapsync permite sincronizar dois volumes em tempo real. Sistemas que a empresa ponta como uma solução para a recuperação de desastres, garantindo ainda a encriptação de dados, desde a fonte ao destino.
A fórmula do plano de redundância e recuperação parece complicada, mas é explicada: 3-2-1-1-0, ou seja, conserva três cópias, em dois tipos de armazenamento e faz uma cópia para fora das instalações, mais uma copia adicional armazenada num sistema air gap, para garantir que os dados da cópia de segurança não têm erros. A nível de hardware, a empresa disponibiliza uma máquina virtual com 1 TB e espaço na cloud. E apresenta novos sistemas de Switch, como o modelo 24x10 GbE, 16x25 GbE e o 4x100 GbE + 8x25 GbE.
Além dos equipamentos, a QNAP melhorou também os seus serviços, incluindo o suporte telefónico, a intervenção no local, assim como a instalação e configuração inicial. A estratégia da empresa é acompanhar os clientes, incluindo a sua promoção, gerando leads QNAP em conjunto com a empresa parceira, investindo 1.000 euros em Google Ads e ainda uma resposta média do seu suporte técnico de 1 hora para clientes Platinum, Enterpise e ARP5.
O sistema QuWAN da QNAP é utilizado em soluções de empresas que têm escritórios espalhados pelo país ou no estrangeiro, para que todas as áreas possam aceder ao servidor. Para tal oferece uma comunicação segura, utilizando VPN para ligação e são compatíveis com o protocolo WireGuard. O sistema faz a monitorização de atividade dos arquivos, envia notificações de alertas instantâneas, toma medidas de segurança ativas, integração de software antivírus e ainda uma análise do estado da NAS. E tudo isso a partir do centro de segurança da NAS. Sempre que o sistema deteta alguma autenticação ou acesso não natural, envia notificações para os titulares de segurança.
O seu centro de backup híbrido é capaz de executar os arquivos de segurança, verificar todos os servidores dos seus clientes para atestar a integridade. O sistema Amizcloud oferece uma cloud centralizada, podendo unir todos os NAS, com atualizações de firmware simultâneas, assim como a capacidade de reiniciar ou apagar dados de forma remota, obter alertas métricas (como por exemplo, uma percentagem de espaço livre) e instalar aplicações na NAS de forma remota.
No seu sistema de segurança Boxsafe, inclui o Microsoft 365, Google Workspace ou Cloud NAS QNAP. O sistema permite fazer backups e recuperação dos dados. A solução Thunderbolt permite aos criadores de multimédia protocolos profissionais, para que os projetos estejam acessíveis e seguros em qualquer dispositivo. Para tal tem sistemas de armazenamento de alto rendimento, PCIe NVMe de diferentes tamanhos.
Presente na conferência estiveram também parceiros tecnológicos. A Seagate, conhecida marca de discos rígidos e sistemas de armazenamento interno, fez um pequeno balanço sobre os 40 anos que a empresa está no mercado. Apesar de continuarmos a olhar para um disco da mesma forma nas últimas décadas, este tem evoluído tecnologicamente. Daniel Oromi, Country Manager da empresa, olha com alguma preocupação para a evolução dos dados, considerando que estes vão triplicar o seu tamanho entre 2023 e 2028, esperando-se daqui a quatro anos 394 Zetabites de dados gerados.
A inteligência artificial, apesar dos avanços computacionais e acesso democratizado às novas tecnologias, vai continuar a permitir escalar as oportunidades para se criar ainda mais conteúdos, sejam artísticos, mas também industriais ou científicos e até interpessoais. Tudo isso é impulsionado a um ritmo mais rápido. “A velocidade de criação de dados com a ajuda da IA é assombrosa”, refere o representante da Seagate, referindo que só o Adobe Firefly permitiu criar 8.000 milhões de imagens em 12 meses. E 1 Petabyte de dados de imagem foram utilizados no treino de modelos de imagens médicas. Mesmo a nível do gaming, foram criadas 470 milhões de experiências no Roblox.
Concluindo, a IA generativa está a ser um multiplicador da capacidade de dados, estando previsto aumentar em 167 vezes nos próximos anos. E todas as multimédias mais enriquecidas significam também um aumento de dados. Tudo isso arrasta a necessidade para se criar a segurança dos dados, e claro, um maior espectro de equipamentos com memórias e armazenamento, ou seja, SSDs e unidades de disco rígido.
Adrián Groba explicou ao SAPO TEK que a IA está a tornar-se naquele que pode ser o problema de “poluição de dados”, ou seja, gerar-se mais dados do que aqueles que são possíveis de armazenar. “Vamos ter um problema de disponibilidade semelhante ao período da pandemia. Por um lado, precisamos da eficiência dos dados, que não tem uma ligação direta à QNAP, que são os processos que as empresas para não terem o problema de produção de dados que têm um custo não apenas com a aquisição de hardware, mas também de energia, por estarem servidores a funcionar que se calhar não precisam”.
O problema pode ser atenuado não com a expansão de armazenamento, mas com a eficiência das infraestruturas. Documentos de fotografia ou vídeos que ocupam muito espaço, acabam por se tornar custos invisíveis que muitas vezes as empresas não têm noção. É ainda de considerar que as principais empresas ligadas ao sector do armazenamento, como a Seagate, Toshiba e Western Digital têm toda a sua produção vendida até 2030.
“É um bottleneck importante esta situação. E a Europa está cada vez mais a obrigar as empresas a terem data centers locais e vai haver ainda mais procura de discos”.
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