A Microsoft não queria que o Magalhães, o portátil distribuido no e-escolinhas tivesse dual-boot, tendo feito pressões para que o computador iniciasse automaticamnete com o Windows, revelou ontem Paulo Trezentos, director técnico da Caixa Mágica, na sua audição perante a Comissão eventual de inquérito à Fundação das Comunicações Móveis.

"A Microsoft utilizou toda a espécie de pressões para que o Windows iniciasse automaticamente, mas tanto o Ministério da Educação como a JP Sá Couto conseguiram" evitar essa limitação, permitindo que fosse possível seleccionar o sistema operativo, disse Paulo Trezentos, na audição na Comissão de Inquérito, citado pela Agência Lusa.

Os mais de 400 mil portáteis distribuidos junto das crianças do primeiro ciclo durante o ano lectivo de 2008/2009 têm os dois sistemas operativos, o Windows e o Linux Caixa Mágica, podendo as crianças escolher no arranque qual querem utilizar.

Respondendo aos deputados, Paulo Trezentos assumiu também a culpa da Caixa Mágica nos erros de ortografia que alguns dos programas incluídos na distribuição de Linux apresentavam e que a empresa se apressou a corrigir.

Durante a audição, o director técnico da Caixa Mágica adiantou ainda que a empresa foi consultada por alguns dos fabricantes que entraram no concurso para a selecção do novo portátil que vai integrar o programa e-escolinhas e que prevê a distribuição de 250 mil equipamentos nos próximos três anos.

"No concurso para o e.escolinha 2 há várias propostas, nós estaremos em algumas", garantiu Paulo Trezentos, sem referir nomes.

Recorde-se que o prazo para entrega das propostas para este concurso terminou na semana passada e que foram apresentadas cinco propostas.