O factor multimédia na informática de consumo, que começou a ser usado como argumento de vendas ainda nos anos 90 com a integração dos primeiros leitores de CD em computadores de secretária, atingiu finalmente uma verdadeira maturidade com a chegada dos "media centers", computadores dedicados à experiência multimédia e dos conteúdos de alta-definição, para além do estabelecimento definitivo das lojas online de música, geralmente associadas a software de gestão de bibliotecas musicais.

Um dos maiores sintomas e problemas da escalada da definição e do aumento do tamanho das bibliotecas de música foi a explosão do tamanho médio dos ficheiros de som e imagem, com um filme em formato digital e em alta-definição a atingir facilmente os 4GB.

Para além da questão do espaço disponível, houve também, associada ao aumento da qualidade dos ficheiros e à emergência do conceito de "hub" ou nexo de conteúdos digitais, uma alteração na forma como os utilizadores vêem os vários dispositivos electrónicos espalhados pela casa, já não como objectos independentes, mas antes como terminais para um repositório central de filmes, fotografias de família e música.

Assim, tornou-se possível aceder directamente da televisão da sala aos conteúdos presentes no computador do escritório, através de uma rede cablada ou mais frequentemente, através de uma ligação Wi-Fi de alto débito, como a permitida pela mais recente especificação 802.11 n.

Por uma questão de segurança e gestão de recursos, tornou-se ideal a consignação das bibliotecas multimédia a um volume de armazenamento autónomo, preferencialmente disponível, sem grandes complicações, através da rede Wi-Fi doméstica. Esta arquitectura permite o acesso aos ficheiros, audição de música, visualização de filmes e fotografias, independentemente do computador.

A facilidade de implementação de uma solução semelhante e mesmo as suas possibilidades de expansão são sempre dependentes das características dos equipamentos, não apenas dos volumes de armazenamento, mas também dos restantes equipamentos terminais e software. Aqui ficam algumas sugestões, de características diversas.

Buffalo TeraStation Live

Disponível em diversas configurações, de 1.0TB a 4.0TB, sempre com quatro baías para discos SATA de 3,5 polegadas, de fácil manutenção e acesso, a TeraStation Live, da Buffalo, representa uma das opções mais competentes nesta área, com um sistema de arrefecimento semi-profissional, ligação Ethernet Gigabit, quatro modos RAID, incluindo RAID 0, RAID 1, RAID 5 e RAID 10, para maior flexibilidade e segurança dos conteúdos.

A TeraStation Live é uma unidade autónoma, com painel de controlo externo, servidor multimédia integrado com certificação DLNA, para compatibilidade com diversos tipos de dispositivos multimédia, servidor FTP e acesso ao sistema de ficheiros através de um browser comum.

Disponível online, em diversas lojas da especialidade e algumas grandes superfícies de electrónica, a partir de cerca de 850 euros (modelo de 1TB).

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Drobo

O Drobo, da Data Robotics, pretende trazer muitas das características da TeraStation Live, descrita acima, para um público mais abrangente, simplificando algumas implementações mais técnicas, mas oferecendo a mesma capacidade de expansão e manutenção do produto da Buffalo.

Uma das grandes limitações do Drobo é a ausência de uma porta Ethernet, estando o dispositivo apenas dotado de portas Firewire 400 e 800 e uma porta USB, sendo necessário adquirir separadamente o interface Ethernet, denominado DroboShare.

Apesar desta limitação, o Drobo oferece 4 baías para discos SATA de 3,5 polegadas, uma instalação e utilização bastante intuitiva e possibilidade de utilização com a maior parte dos sistemas operativos e sistemas de ficheiros, para além de possuir a especificação DLNA.

O Drobo é vendido sem discos rígidos, permitindo ao utilizador administrar as suas necessidades de espaço.

Disponível na loja online da Data Robotics, por 499 dólares, cerca de 320 euros, sem contar com taxas de transportes ou alfandegárias.

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Western Digital My Book World Edition II 1TB

O My Book World Edition II, da Western Digital, prescinde da maior parte das características técnicas dos dispositivos anteriores e resume-se, basicamente, a um volume de armazenamento na rede, acessível a partir de qualquer computador na mesma rede física e permitindo mesmo a sua utilização como servidor FTP acessível externamente. Não possuindo a flexibilidade de hardware das soluções da Buffalo e da Data Robotics, o MyBook não deixa de ser uma solução interessante para quem deseja uma solução simples, com conteúdos acessíveis apenas a partir de um computador ou de qualquer dispositivo com um browser integrado.

Disponível nalgumas grandes superfícies de electrónica e lojas especializadas, por cerca de 450 euros.

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Apple Time Capsule

A Time Capsule, da Apple, apresenta a significativa mais-valia de um conjunto integrado que inclui armazenamento, de 500 GB ou 1 TB, router Ethernet e Wi-Fi de especificação 802.11n e funções partilha de impressoras ou outros volumes de armazenamento na rede. Apesar de ser um produto Apple, a maior parte das suas características estão também disponíveis para computadores com sistemas operativos Windows.

Tal como na oferta da Western Digital, os conteúdos presentes na Time Capsule são acessíveis apenas mediante um computador ou, em alternativa, uma consola de última geração.

A Time Capsule apresenta, todavia, ainda menos flexibilidade de manutenção que o My Book, não estando o disco interno acessível ao utilizador, o que limita um pouco qualquer expansão futura.

A Time Capsule pode ser adquirida através da Apple Store Portugal ou nalgumas grandes superfícies e lojas especializadas, por 299 euros, para o modelo de 500 GB e 499 euros para o modelo de 1 TB.

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