A agência espacial norte-americana já selecionou as duas próximas missões cósmicas que vão procurar indícios da génese do nosso Sistema Solar. A Lucy e a Psyche dão arranque às suas investigações, de acordo com as previsões da NASA, em outubro de 2021 e em outubro de 2023, respetivamente.
Estas novas missões têm como objetivo estudar aquela que é considerada uma das eras mais antigas da longa História do Sistema Solar, ou seja, menos de 10 milhões de anos depois do nascimento do Sol.
Thomas Zurbuchen, um dos responsáveis do Gabinete de Missões Científicas da NASA, explica que a Lucy vai explorar seis asteroides conhecidos como Trojans, que estão cativos do campo gravitacional do gigante gasoso Júpiter. Acredita-se que estes corpos celestes sejam reminiscências de um Sistema Solar primordial.
Esta missão foi batizada em homenagem ao mais antigo fóssil humano descoberto até à data e deixa bem claro o seu propósito.
Por seu lado, a Psyche irá estudar um asteroide composto maioritariamente por materiais metálicos e que nunca antes foi visitado.
Conhecido como 16 Psyche, este corpo espacial mede aproximadamente 210 quilómetros de diâmetro e é formado por ferro e níquel – os mesmos elementos que formam o núcleo da Terra –, o que contrasta com grande parte dos outros asteroides, que são compostos por rocha ou gelo, ou ambos.
Diz a NASA que se equaciona a possibilidade de o Psyche ter sido o núcleo de um planeta com as dimensões de Marte mas que, devido a múltiplas colisões violentas ao longo de milhões de milhões de anos, perdeu as camadas rochosas que o envolviam.
Por essa razão, os cientistas estão convencidos de que o estudo deste asteroide vai permitir aprofundar o conhecimento que hoje existe acerca da formação do Sistema Solar e perceber as causas da morfologia estratificada dos nossos planetas vizinhos.
Lindy Elkins-Tanton, uma das principais investigadoras do 16 Psyche, diz que este corpo é único no Sistema Solar e que é a única forma que o Homem terá de visitar e estudar um núcleo planetário.
A Lucy e a Psyche fazem parte do programa de exploração Discovery da NASA e não devem ultrapassar o montante dos 450 milhões de dólares cada.
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