A indústria dos conteúdos tem uma nova preocupação. Estão para chegar ao mercado nos próximos meses alguns modelos de uma nova geração software de gravação de vídeo que permite gravar qualquer vídeo exibido online, descarregá-lo para um PC e eliminar os conteúdos publicitários que lhe estejam associados.




A questão é explorada pela C!Net que falou com alguns especialistas e anotou os principais receios, que passam não apenas pela potencial nova forma de pirataria de conteúdos que estas ferramentas abrem, mas também pela forma como podem afectar as receitas de publicidade das empresas que originalmente criam os vídeos e que, desta forma, correm o risco de os ver repetidos vezes sem conta na Internet, sem o suporte comercial que assegurava a sua rentabilidade.




Já está hoje disponível na Internet software que permite fazer a gravação deste tipo de conteúdos mas o seu acesso é mais provável para quem já tenha conhecimentos de informática, do que para o comum utilizador de Internet. Com a comercialização dos primeiros leitores digitais com tecnologias deste tipo incorporadas a indústria teme que o que para já é apenas um pequeno perigo comece a produzir consequências nefastas em maior escala, prejudicando um modelo de negócio que se tenta preservar a todo o custo.



Da agenda de lançamentos já conhecida fazem parte pelos menos três media players que oferecem esta possibilidade e que chegarão ao mercado, pelo menos ao americano, até ao fim deste ano. Uma das empresas a ultimar produto é a RealNetworks que avança com a nova oferta já na próxima semana. Adianta a empresa, que o seu novo leitor de vídeo permitirá gravar vídeos streams apenas com um clique. Neste caso a tecnologia previne a cópia de conteúdos protegidos com tecnologias de DRM, mas não impede a cópia de conteúdos que apenas estejam protegidos por direitos de autor.




A empresa, a par com outras fabricantes do mesmo mercado, defendem que as suas novas tecnologias são apenas uma forma de dar ferramentas ao consumidor que lhe permita criar uma biblioteca de conteúdos a que possa aceder quando lhe for mais conveniente, um argumento que a indústria mostra dificuldade em compreender.

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