O inventor do Oculus Rift, Palmer Luckey está agora envolvido na segurança nacional dos Estados Unidos, concebendo soluções baseadas em inteligência artificial para armamento através da sua nova empresa Anduril Industries. Palmer Luckey afirma que a Silicon Valley foi formada numa zona militar, para apoiar o exército em soluções de segurança através da tecnologia, respondendo aos críticos que afirmam que as grandes empresas tecnológicas deveriam afastar-se do negócio militar e do departamento de defesa dos Estados Unidos.
“Muitas empresas têm incentivos financeiros para se manterem afastadas da ligação com o exército”, afirma Luckey Palmer, referindo-se aos interesses na China. Há aqui um contrassenso porque todos querem contribuir para um país mais seguro, mas não querem estar ligados a questões políticas e militares. Afirma ainda que as maiores empresas têm ligações com a China, na forma como querem investir no mercado chinês, salientando que a Google, por exemplo, tem assegurado muitos negócios neste mercado. O inventor sugere que as gigantes utilizam esses “princípios” como “desculpa”. Recorde-se que em 2018 a Google foi pressionada pelos seus trabalhadores para ficar de fora do negócio da guerra.
“A China fez um grande trabalho a bloquear o acesso do ocidente ao país e a obrigar as empresas a curvarem-se e a investirem diretamente”, destaca na sua intervenção. Apela ainda à hipocrisia que existem pelos defensores dos direitos humanos nos Estados Unidos, que envolvem celebridades, mas quando lhes são referidas as atrocidades feitas na China, “olham para o lado e dizem não saber de nada”.
No seu pensamento, os seus empregados devem fazer aquilo pelo qual se sentem responsáveis, mas de forma alinhada com a empresa para o qual foram contratados.
Questionado sobre a inteligência artificial, mesmo considerando um futuro em que esta tecnologia esteja “perfeita” considera má ideia ficar dependente dela. Para si, tem de haver um elemento humano a controlar a tecnologia, até porque não se pode mandar uma IA para a prisão ou ser julgada pela Lei Marcial, pois tem que haver alguém que seja responsável pela mesma.
Mas considerando que os seus produtos já se encontram em utilização pelo exército, afirma que todos eles estão feitos para terem um registo de quem acede, onde e para quê, exatamente para responsabilizar quem “premiu esse botão”. E dá o exemplo de que em qualquer arma nuclear ou um míssil, há sempre alguém que prime um botão vermelho, mas dentro de um contexto.
Por outro lado, considera que existem muitos regulamentos conservadores que estão a ser aplicados, de forma descontextualizada e que devem ser reavaliados e atualizados. Acredita que os seus sistemas estão preparados para oferecer informação precisa para que sejam tomadas as decisões mais corretas antes de um ataque, por exemplo.
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