Foram quase mil milhões de dólares de prejuízo em software ilegal partilhado através da Internet. Os números são de um estudo revelado hoje pela Business Software Alliance (BSA), a associação internacional que representa a indústria global de software, e dizem respeito ao primeiro semestre deste ano.

Os dados provêm de uma análise à escala mundial e apontam as redes de peer-to-peer e os sites de leilões como principais veículos para a troca ilegal de programas, registando-se um aumento relativamente ao mesmo período do ano passado em ambos os canais.

Para a análise foi utilizada uma tecnologia que permitiu monitorizar este tipo de serviços de troca de ficheiros e todos os "takedown requests" relativos a uma oferta de software que os especialistas identificavam como suspeita, explica em comunicado a Assoft - Associação Portuguesa de Software.

Os responsáveis pelo estudo registaram 2,4 milhões de solicitações relativas a software suspeito efectuadas através de serviços de P2P e bit torrents, o que corresponde a um crescimento de mais de 200 por cento, quando comparado com os primeiros seis meses de 2008.

"As redes de peer-to-peer são ideais para fazerem a distribuição de uma grande variedade de conteúdos, que podem ser legalmente partilhados com os grandes grupos e são uma das ferramentas mais utilizadas pelas empresas para aumentar a produtividade. Infelizmente, a tecnologia P2P é também um dos canais favoritos dos piratas de software", afirma o director para os assuntos jurídicos da BSA, Jenny Blank.

"Uma das grandes decepções desta tecnologia, apesar de todos os seus benefícios, é que se transformará no único espaço para os piratas", acrescenta este responsável, que alerta ainda para os perigos de descarregar programas ilegais.

No que respeita aos sites de leilões, a BSA monitorizou 19 mil ocorrências. O número apesar de inferior representa um aumento de quatro por cento relativamente ao primeiro semestre do ano transacto.