Os Jogos Olímpicos de Paris tiveram início na sexta-feira e nos primeiros dias já foram atribuídas medalhas, destacando a glória dos atletas. A nova edição promete um salto tecnológico sem precedentes ao introduzir ferramentas de suporte suportadas por inteligência artificial.
O destaque vai para o novo sistema de suporte ao júri, para tornar mais eficiente e justa a avaliação da performance dos atletas nos momentos mais difíceis. Uma das tecnologias presente é o software Judging Support System (JSS), em desenvolvimento pela Fujitsu há alguns anos. Desde 2017 que a empresa está a colaborar com a Federação Internacional de Ginástica para criar os algoritmos de IA eu ajudam na avaliação dos atletas.
Veja na galeria imagens do JSS:
Basicamente o JSS funciona como um olhar mais próximo e apurado que o olho humano em situações mais intricadas. Os sucessivos movimentos das ginastas, muitos executados em grande velocidade, tornam a tarefa de avaliação complexa, desde a técnica à capacidade de execução. A ginástica é dessa forma o desporto que mais IA vai utilizar a ajudar os juízes.
O sistema foi utilizado com sucesso nos campeonatos do mundo, incluindo os Jogos de Verão em 2021, que ao serem realizados em Tóquio ajudou a Fujitsu a testar a tecnologia. O JSS estreou-se oficialmente nos Jogos Olímpicos de Paris. Quatro câmaras colocadas no tapete da ginástica detetam os movimentos dos ginastas, fazendo avaliações com base no livro de regras das respetivas modalidades.
Como é explicado pelo The Verge, este sistema computacional não faz julgamentos da performance dos atletas. Funciona como o sistema VAR para o futebol, sendo apenas ativado e consultador quando existe uma dúvida de um ginasta, treinadores ou mesmo questões levantadas pelo painel do júri. Este pode servir como uma segunda opinião ou ajudar a calcular a pontuação de exercícios mais complexos.
Veja o vídeo da tecnologia JSS da Fujitsu:
Durante a apresentação da tecnologia da Fujitsu foi destacada a capacidade da tecnologia em ajudar todos os atletas, não apenas os ginastas, a receber pontuações justas e transparentes.
A inteligência artificial está a ser utilizadas em outras áreas para ajudar a melhorar o potencial das competições e dos atletas. Como nota a Tech.co, os treinos dos atletas têm recebido a ajuda de IA para analisar as técnicas, melhorar os regimes de treino, além de minimizar problemas de lesão. É dado o exemplo de como o atleta de ténis de mesa da Índia, Sathiyan Gnanasekaran, treinava com um robot da IOC, já outros empregam sistemas de realidade virtual. Os resultados foram positivos, melhorando as capacidades dos atletas.
Para realizar os Jogos Olímpicos, Paris está também a utilizar sistemas de IA para gerir a energia necessária. Os algoritmos ajudam a monitorizar em tempo real os gastos, sendo utilizados gémeos digitais. Os técnicos sabem onde é necessária energia, mas também onde colocar câmaras ou responder a possíveis questões de acessibilidade.
Deve ter ainda percebido em muitos desportos transmitidos, sistemas de repetição automática, compilando automaticamente os momentos-chave das competições. Para criar este sistema de IA, o modelo foi treinado com vídeos de arquivo das Olimpíadas, sendo depois personalizado para os diferentes meios de transmissão.
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