A Administração Bush está a planear solicitar aos fornecedores de acesso à
Internet que apoiem a criação de um sistema centralizado que permita uma
monitorização alargada da Internet e, potencialmente, a vigilância dos
cibernautas.

Este plano vem referido na versão final do relatório "The National Strategy
to Secure Cyberspace
", que deverá ser publicado no início do próximo ano,
refere o jornal New York
Times
. A proposta insere-se na estratégia implementada
após os ataques de 11 de Setembro para aumentar a segurança nacional.

O Critical Infrastructure Protection Board (CIPB), organismo de apoio ao
presidente dos Estados Unidos, está a preparar o relatório, tendo em vista a
criar a cooperação pública e privada para regular e defender as redes
informáticas daquele país face a ameaças quotidianas, como vírus, bem como a
ataques terroristas. O objectivo último do documento será disponibilizar uma
estratégia adequada à Internet para o novo Departamento de
Segurança Interna.

O relatório não pormenoriza, por agora, os requisitos operacionais
específicos, a localização e os custos de tal sistema centralizado que faz
parte da proposta que está a ser planeada e que terá ainda que ser aprovada
pelo Congresso e pelas
entidades reguladoras para entrar em vigor.

Apesar da proposta visar aferir o estado geral da Rede de redes, alguns
representantes de fornecedores de acesso à Internet receiam que esse sistema
possa ser utilizado para ultrapassar a fronteira pouco nítida entre
monitorização generalizada e o controle individual semelhante ao das escutas
telefónicas, comprometendo assim a privacidade dos seus clientes.

Mas, de acordo com responsáveis do CIPB, a proposta, que inclui a criação de um
centro nacional de operações, encontra-se ainda numa fase preliminar e os
métodos propostos não exigem necessariamente a recolha de dados, o que
permitiria a monitorização a nível do utilizador individual.

O relatório do governo dos Estados Unidos foi inicialmente divulgado sob forma
provisória em Setembro. Essa primeira versão descrevia o centro de
monitorização e sugeria que seria provável que fosse controlado pela indústria
de Internet. A proposta actual representa uma mudança no sentido de ser o
governo a liderar o projecto.

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