A AOL anunciou ontem a introdução de uma versão própria do serviço oferecido pela MusicNet, um consórcio
formado pela RealNetworks, a BMG - uma unidade da Bertelsmann -, a EMI e a Warner Music, que, tal como a AOL, é também uma unidade do conglomerado AOL Time Warner. Esta oferta irá permitir que, por 8,95 dólares mensais, os utilizadores possam ouvir um catálogo de 250 mil músicas a partir dos seus computadores. Contudo, a gravação para CDs ou leitores portáteis irá custar mais.
No final de 2001, quando começou a analisar o serviço, a AOL recusou-se a introduzir o primeiro produto da MusicNet, argumentando que era demasiado difícil de utilizar, que se tratava de uma tecnologia imatura e que estavam disponíveis poucos conteúdos para a distribuição online.
Os programadores de software da empresa passaram os últimos sete meses a trabalhar na tecnologia de forma a integrá-la com outras partes partes do serviço da AOL, tendo também inquirido os seus 27 milhões de assinantes a respeito de averiguar quais as funcionalidades que pretendiam que fossem integradas numa solução de subscrição e legal de downloads de música.
Aos assinantes serão oferecidas três modalidades. A mais básica, que custa 3,95 dólares por mês, inclui a possibilidade de efectuar 20 downloads e de ouvir 20 faixas transmitidas em stream. Outro pacote, com um preço de 8,95 dólares, disponibiliza o acesso a um número ilimitado de downloads e streams. A terceira opção, que implica o pagamento de 17,95 dólares, mantém o acesso ilimitado mas possibilita a gravação de 10 faixas por mês para um CD ou leitor portátil.
Mais para o final do ano, o serviço irá acrescentar uma opção de 13,95 dólares mensais oferecendo a possibilidade de gravar cinco faixas por mês e outra modalidade “à la carte” que permita pagar por cada faixa gravada para CD. Tal como nas versões anteriores do MusicNet, as músicas copiadas para um disco rígido serão seladas a esse computador - podendo apenas ser acedidas a partir de mais um computador - e poderão ser reproduzidas somente enquanto o utilizado continuar a subscrever o serviço. Por agora e numa fase inicial, contudo, a AOL está a oferecer um período de utilização gratuita durante os primeiros 30 dias da opção de acesso ilimitado. De acordo com o comunicado divulgado, o serviço só pode ser acedido a partir dos Estados Unidos.
Na primeira versão a ser lançada pela AOL, a música copiada ou gravada de outras fontes não poderá ser reproduzida mediante o recurso ao mesmo
software, mas as versões futuras do programa-cliente estarão ligadas ao leitor de média da AOL. A unidade do conglomerado de média licenciou tecnologia de gravação de CD-audio, CD-ROM e DVD-ROM da Sonic Solutions para o novo serviço. A empresa vai também utilizar tecnologia de pesquisa e recomendações da Savage Beast.
Esta adaptação do MusicNet representa a primeira oferta premium da AOL, que está a braços com um fraco crescimento do número de assinantes e pretende aumentar o montante gasto mensalmente pelos seus actuais subscritores, que já têm que pagar 23,90 dólares por mês para aceder à Internet por dial-up. Por outro lado, o ISP deseja também desta forma aumentar a percentagem dos seus utilizadores que se ligam à Rede em banda larga.
Até agora, os serviços legais de download de música não têm obtido um grande êxito junto dos consumidores, não só porque cobram uma mensalidade mas porque as primeiras versões dispunham de um número muito limitado de faixas e um conjunto ainda mais restrito de regras ditando o que os utilizadores podiam fazer com elas. Inicialmente, o MusicNet apenas tinha músicas das suas proprietárias e de algumas etiquetas independentes. O seu principal rival PressPlay foi criado pela Sony Music e Universal Music, contendo apenas faixas destas companhias. No final do ano, passado, ambos os serviços assinaram acordos com todas as cinco grandes da indústria discográfica e várias companhias independentes.
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