A China está a levar ao extremo as medidas de censura que pretendem fazer passar despercebida a cerimónia de entrega do prémio Nobel da paz a Liu Xiaobo, marcada para hoje.
Depois das medidas que impediram de sair do país qualquer familiar ou amigo do activista - a cumprir uma pena de prisão de 11 anos - que pudesse representá-lo na cerimónia em Oslo, as acções do Governo passaram para as comunicações.
A imprensa internacional relata um controlo apertado a vários activistas chineses, que nos últimos dias deixaram de conseguir comunicar via Internet e também mantêm comunicações telefónicas limitadas e fortemente controladas.
O mesmo se supõe em relação à esposa do laureado, que está em prisão domiciliária desde que foi conhecida a decisão da academia sueca. Nos primeiros dias de isolamento a mulher comunicava esporadicamente via Twitter, nas últimas semanas deixou de o fazer.
De acordo com as mesmas informações, o esforço chinês para desvalorizar o prémio Nobel e a cerimónia de entrega da distinção vai ao ponto de tentar bloquear a transmissão no país de informações veiculadas pelas cadeias internacionais.
Desde a última sexta-feira que as emissões de cadeias internacionais como a CNN, BBC, NRK (televisão pública norueguesa) ou TV5 estão intermitentes, com partes da emissão sem imagem, tal como já tinha acontecido quando foi anunciado o vencedor chinês do prémio Nobel.
O acesso ao site da organização responsável pela atribuição do prémio Nobel também foi bloqueado, aos mais de 420 milhões de utilizadores de Internet que o país já tem.
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