(Actualizada) O domínio de topo .pt está a assinalar 15 anos de existência. A data comemora-se no ano em que foram atingidos os 100 mil domínios, num processo de evolução que tem sido lento e pautado por diversas alterações que flexibilizaram as regras de registo e adequaram os preços à procura.
A primeira grande remodelação do milénio teve lugar em 2001 quando o .pt passou a contar com um conjunto de sub-domínios que abriram caminho aos registos em net.pt, gov.pt, org.pt, edu.pt, int.pt, publ.pt, com.pt e nome.pt, depois de um investimento de 150 mil euros da Fundação para a Computação Cientifica Nacional em novo software de gestão do serviço de administração de domínios.
A mudança foi acompanhada da introdução de regras de registo mais flexíveis e da introdução da possibilidade de registos online, como aliás já acontecia com outros domínios de topo como o .com, .net. ou .org. No campo dos sub-domínios .pt - criados como uma alternativa mais simples e menos burocrática ao .pt - foi o com.pt a inaugurar a possibilidade de registo online.
Na mesma altura passa a ser possível a utilização de nomes genéricos com um mínimo de três caracteres que podem ser apenas algarismos. Mantém-se a obrigatoriedade de registo da marca para o pedido de nomes de domínio e reintroduz-se a taxa de submissão.
Pelo registo passa a ser necessário pagar 29 euros, apenas não aplicáveis ao com.pt e pela sua manutenção 58 euros cobrados de dois em dois anos.
Domínio .pt atinge marca dos 20 mil registos em 2001
Na segunda metade de 2001 o .pt atinge a marca dos 20 mil domínios, num crescimento de 40 por cento face ao ano anterior, impulsionado pela adesão ao sub-domínio com.pt que na altura concentrava 1700 registos, já efectuados online. Até 2004 o com.pt acumulou 2649 registos, metade protagonizados por entidades estrangeiras, tornando-se o mais popular dos sub-domínios .pt.
A FCCN reconhecia que a simplicidade do processo de registo e a multiplicidade de meios de pagamento disponíveis eram factores decisivos para um crescimento que não sendo rápido se mantinha constante. Mesmo assim a fundação avançou durante esse ano com uma campanha de divulgação do com.pt por considerar que muitos dos potenciais interessados ainda não teriam conhecimento das regras de registo mais simples em vigor para o com.pt.
Antes disso, o "rebentamento da bolha", no fim da década de 90, teve impacto negativo no ritmo de crescimento dos registos de domínio que mantiveram índice positivo mas abrandaram, ressentindo-se deste período menos positivo para os projectos de Internet, como reconhece Pedro Veiga, presidente da FCCN.
O responsável lembra que a quebra foi ainda mais sentida porque se seguiu a anos de desenvolvimento mais acelerado. Até 1995 o registo de domínios evoluiu de forma lenta, mas a partir dessa data "começaram a surgir mais ISPs que impuseram um desenvolvimento mais rápido", relata Pedro Veiga lembrando o nascimento da Telepac a meio da década de 90.
Já em 2005 a FCCN assina 18 novos acordos com registars estrangeiros para facilitar o registo em .pt e com.pt aumentando para mais de uma centena o número de entidades habilitadas para o fazer, mais uma medida de divulgação e facilitação do registo. Também no ano passado ficou disponível a possibilidade de registar nomes com caracteres portugueses.
A última alteração ao nível dos registos de domínio .pt entrou em vigor em março deste ano com uma redução nos preços praticados e a migração para o registo totalmente online.
No âmbito das novas regras o custo de manutenção do domínio pode ser fixado para prazos de um ano, três e cinco anos, sendo que quanto mais extenso é o período contratado maior é o desconto.
Face ao anterior modelo, que permitia apenas contratos de utilização do registo de dois anos, o novo modelo implementa reduções de preços até 54 por cento. O pagamento passou também a poder ser efectuado via multibanco ou com cartão Visa.
Esta reestruturação introduziu ainda a possibilidade de registo de nomes de âmbito geográfico e de abreviaturas de nomes de empresas. Foi igualmente estabelecido um novo mecanismo de verificação dos domínios registados que corre nas 24 horas seguintes à atribuição do registo para verificar a sua credibilidade ou legitimidade.
Os impactos destas últimas alterações foram muito positivos e permitiram um incremento de 2 para 3 mil registos de domínio mês, sublinha Pedro Veiga.
Para o futuro o responsável reconhece que a FCCN continua a estudar a hipótese de abandonar a tarefa de agente de registo ou pelo menos alterar as suas características.
A mudança deverá ocorrer no início do próximo ano e pode passar por manter funções de agente de registo, mas com um modelo tarifário mais caro que desincentive o registo através da fundação e fomente o recurso aos agentes autorizados pela FCCN.
Os primeiros nove domínios registados em 91 mantêm-se todos em funcionamento. Entre as primeiras entidades registadas estão a própria FCCN, o INESC, o LNEC e as Universidades de Aveiro e do Porto.
Nota de Redacção: A notícia foi actualizada com declarações de Pedro Veiga, presidente da FCCN.
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