(actualizada)
Depois de dois dias de debates sobre os vários aspectos e direcções da conferência eLearning Lisboa 07, Roberto Carneiro, professor da universidade Católica e Presidente da Comissão Técnico-Científica da conferência, sublinhou que o eLearning é absolutamente essencial para a agenda de Lisboa.

Um resumo realizado das dezenas de debates plenários e sessões paralelas que decorreram nesta conferência internacional identifica quatro principais tendências, que passam pela necessidade de ligar o elearning e a inovação de forma a contribuir para inovar, no conhecimento das pessoas, fazer as organizações crescer para se adaptarem a um ambiente em mudança permanente.

Outra das questões levantadas de forma unânime é a mudança do paradigma do eLearning. Depois de uma fase em que o eLearning era apenas uma plataforma de distribuição onde se colocavam os conteúdos formativos, transformou-se numa ferramenta onde o onde conhecimento não é aquisição mas sim participação, onde colaboração e reflexão são o objecto, levado a pessoas em, weblogs, usando wikis, materializando a Web 2.0.

A mudança na forma de ensinar e aprender e a forma como as pessoas podem desenvolver aprendizagens autónomas está também entre estas tendências identificadas, assim com o eLearning usado como o instrumento para acelerar e consolidar a transformação das organizações e das pessoas.

Entre as recomendações deixadas pela conferência fica a necessidade de ver o eLearning como ferramenta de inovação, criando novos contextos e olhando para a formação de eLearning como uma forma de mudança para indivíduos, grupos, mas também empresas e instituições. “As organizações têm de mudar. Não basta mudar a forma de ensinar”, defendeu Jean-Claude Burgelman, chefe da unidade de sistemas de informação do Insitute for Prospective Technological Studies, da Comissão Europeia.

A ideia de que a estratégia de Lisboa 3.0 tem de dar mais poder aos cidadãos de participar no ambiente de aprendizagem, colaborar e desenvolver as suas capacidades, reconhecendo que o seu investimento informal em aprender tem resultados. Mas ao mesmo tempo, não pode deixar de se dar atenção aos info-excluidos, quem não tem competências ou motivação para aprender, ou é mais idoso, e perceber que só ligando a digitalização e inclusão social se pode criar competitividade.

“Queremos uma europa all-inclusive”, lembra Roberto Carneiro, que admite ser necessário aumentar a qualidade e acessibilidade às ferramentas, assim como adaptar as tecnologias e software para serem mais amigáveis. Jean-Claude Burgelman admite que é do lado das empresas que desenvolvem as soluções que tem de se criar soluções nesta área e exemplifica com a forma como a sua tia de 96 anos aprendeu a usar um jogo da Playstation.

De todas as conclusões e temas levantados, ficam quatro desafios: como pode a Europa antecipar as necessidades do futuro, sendo pró-activos e não reactivos; como podem as organizações mudar instituindo o elearning, mas pensar menos em formar e sim em melhorar o ambiente da formação.

A nível dos indivíduos o desafio centra-se na necessidade de cada um ser melhor gerente do seu capital humano, deixando de ser passivos para serem empreendedores, não esquecendo mais uma vez a inclusão social.

Marc Rosenberg, consultor e especialista em aprendizagem organizacional, defende que "o elearning será um sucesso quando deixar de ser necessário promovê-lo, quando estivermos confortáveis com as plataformas e os curriculos estiverem integrador. Nessa altura já não teremos que gastar tempo a discutir este tema", afirma.

Roberto Carneiro reconheceu ainda que existe um grande desafio para a Europa e que a meta para a corrida é mudar os trabalhadores, mudar as tecnologias e mudar os negócios, sendo que para isso são necessárias competências. Mas lembra que não se podem criar velhas competências para novos trabalhos, nem novas competências para velhos trabalhos.

Já a finalizar, o presidente da Comissão Técnico-Científica da conferência alinhou um sonho: ligar as pessoas à inovação e a inovação às pessoas.

Nota de Redacção: [17:57] A notícia foi actualizada com mais informação.

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