Os seis maiores estúdios cinematográficos de Hollywwod, representados pela associação cinematográfica norte-americana - MPAA, preparam-se para rever a sua estratégia na luta contra a pirataria informática. Entre as novidades estão a reestruturação do departamento e a substituição do termo "antipirataria" pela expressão "protecção de conteúdos" (content protection).

A notícia é avançada pela CNet, que dá conta do despedimento de três dos responsáveis da MPAA que até agora têm estado por trás das estratégias para travar a partilha ilegal de filmes, que aparentemente não estarão a satisfazer os estúdios.

Um porta-voz da associação ter-se-á recusado a comentar os despedimentos, mas confirmou a nomeação do antigo vice-presidente executivo da MPAA para chefe do novo departamento de "protecção de conteúdos" e responsável dos assuntos legais da associação - concentrando numa só figura dois cargos até agora dispersos dentro da organização.

As mudanças acontecem quando, apesar dos muitos processos judiciais intentados pela MPAA contra sites e utilizadores, a partilha ilegal de filmes continua a aumentar e tende a generalizar-se. A Internet está cada vez mais rápida - permitindo fazer rapidamente downloads dos vídeos que em tempos eram grandes demais para partilhar (em tempos razoáveis) na rede - e as tecnologias de partilha estão cada vez mais desenvolvidas, tornando a troca de ficheiros cada vez mais simples e fácil, mesmo para leigos.

Os estúdios temem que a troca de filmes - até agora dificultada por factores como o tamanho ou a (má) qualidade dos ficheiros - se torne, com os avanços tecnológicos, tão comum como é actualmente a partilha ilegal de músicas.

Após um longo período em que a "luta antipirataria" passou pelos tribunais, a MPAA parece agora aperceber-se que essa não será a solução mais eficaz, refere ainda a CNet, citando informação proveniente de "fontes internas" dos estúdios.

A nova aposta pode passar por acordos com os fornecedores de soluções de banda larga, para que estes ajudem a encontrar uma solução "ao nível da rede" para impedir a partilha dos ficheiros, reporta a mesma fonte. Mas até aos nossos dias, nem a indústria musical, nem a cinematográfica, foram capazes de envolver nesta "batalha" os principais fornecedores de Internet.