A Tor Cloud funcionava sobre a plataforma EC2 da Amazon e permitia partilhar recursos de computação, neste caso, largura de banda que viria a contribuir para garantir um acesso rápido e anónimo à Internet. A oferta é descontinuada depois de ter sido detetada "uma falha muito relevante que a torna disfuncional" e outras falhas menos graves, mas que comprometem igualmente a segurança de quem usa o recurso.



Não tendo sido possível encontrar uma forma de ultrapassar o problema, mesmo com muitas ofertas da comunidade que desenvolveram correções, o serviço é descontinuado. Continua a ser possível criar ligações Tor a partir da Amazon EC2 e de outras plataformas de cloud, mas é uma possibilidade que passa a estar acessível apenas a utilizadores mais técnicos, que consigam trabalhar o processo manualmente.

Mesmo assim a equipa do Tor, ao mesmo tempo que lamenta a falta de capacidade para garantir a necessária capacidade de manutenção do projeto, sublinha que o código que suporta o serviço está disponível, incentivando novos desenvolvimentos que tirem partido do conceito.



As contas existentes no serviço também continuam a funcionar, embora com o risco agora completamente assumido, de que existem bugs por resolver que podem comprometer dados.



A rede Tor ficou mais conhecida depois de Edward Snowden ter admitido que era um dos utilizadores, para escapar ao controlo da NSA. A navegação anónima é um dos atributos mais procurados por quem usa esta rede, onde também podem ser encontrados sites que não estão disponíveis a partir da navegação web normal, recorrendo a qualquer browser comum.



Esta invisibilidade tem atraído muitos negócios ilegais, embora os números não sejam consensuais. Recentemente um estudo indicava que 80% das visitas à rede estavam relacionadas com pedofilia, um dado que os promotores já contestaram, garantindo que apenas 2% do tráfego na rede, que ao longo dos últimos meses também foi alvo de alguns ataques, representa serviços ocultos.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico