Os deputados da Assembleia Nacional francesa aprovaram um projeto de lei que quer limitar a ação dos vendedores de livros online, por forma a proteger as livrarias tradicionais. A proposta está a ser referida como "anti-Amazon" porque a retalhista norte-americana pode ser uma das mais prejudicadas pela nova lei.

A proposta legislativa quer proibir que os vendedores online possam por exemplo combinar um desconto de 5% no preço do livro ao mesmo tempo que oferecem o envio gratuito do manuscrito comprado. O projeto de lei foi elaborado por um partido de direita para dar resposta às queixas de três mil vendedores independentes de livros.

A ala esquerda da Assembleia Nacional também aprovou o plano. A France 24 chega mesmo a falar num esforço conjunto "raro" para que o projeto de lei fosse aprovado, para futura discussão no Senado.

A BBC refere ainda que a nova proposta pode ser vista como uma "vingança" pelo esquema fiscal usado pela Amazon para pagar menos contribuições nos países europeus, recorrendo ao paraíso fiscal do Luxemburgo, onde tem sede. A França é um dos países mais críticos destas estratégias fiscais.

A ministra francesa da cultura, Aurelie Filippetti, acusou recentemente a Amazon de usar estratégias comerciais agressivas até estabelecer um monopólio num país, para depois aumentar o preço dos produtos.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico