Na sequência do alarme causado pela entrega de uma queixa de empresas espanholas de software contra mais de 95 mil internautas por alegada violação de direitos de autor no download de ficheiros através de redes peer-to-peer, os utilizadores de Internet em Espanha estão a recorrer a formas de defenderem a sua privacidade. De acordo com uma notícia da IBLNews, mais de 200 mil internautas já visitaram o site Campanha de Segurança na Rede da Associação de Internautas de Espanha e mais de 20 mil fizeram o download de aplicações de protecção de privacidade.



Esta associação colocou online, desde Sábado passado, informação sobre a melhor forma dos utilizadores web protegerem a sua identidade, evitando assim aquilo que chama de "actividades tipo Gestapo" das empresas que apresentaram queixa junto da Brigada de Investigação Tecnológica da Polícia Nacional espanhola. Os internautas são aconselhados a instalar o programa PeerGuardian, disponibilizado gratuitamente no mesmo site, e que protege o endereço IP a partir do qual o utilizador acede à Internet de forma a evitar ser identificado.



As páginas mais visitadas neste últimos dias foram, segundo declarações dos responsáveis por esta associação ao mesmo site, as que contêm conselhos sobre a forma de proteger a privacidade das comunicações e os computadores de intromissões não desejadas.



Nos documentos publicados no site da Associação de Internautas a propósito da queixa das empresas de software, os internautas são aconselhados a adoptar as medidas de segurança proporcionadas na Internet de forma a evitar a espionagem, sem mandato judicial, das comunicações electrónicas e as tentativas de violação dos direitos fundamentais.



Entretanto a Europa Press noticiou que o processo contra os 95 mil utilizadores de redes P2P só deverá avançar em Setembro, uma informação confirmada por Javier Ribas, sócio de Landwell-PricewaterhouseCoopers, empresa que está a desenvolver este processo, à mesma fonte. Desde a altura em que a queixa foi entregue, mais empresas decidiram juntar-se ao processo, que já soma 38 queixosos. O nome das empresas não foi ainda revelado, aparentemente para as defender de eventuais ataques web.

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