Há muitos portugueses em risco de ficarem viciados na internet, com os vários prejuízos negativos que lhe estão associados. O acesso excessivo a conteúdos para adultos, apostas online e videojogos são algumas das razões apontadas.

De acordo com um estudo realizado pela Nothingham Trent University, no Reino Unido, são mais de metade os internautas em Portugal está em vias de desenvolverem esta “adição”.

Os resultados, publicados na revista Computers in Human Behavior, indicam que 12,6% dos inquiridos apresentavam “risco elevado” de desenvolvimento de adição à internet e 40,7% “médio risco”. Já 46,7% está em “risco reduzido”.

Se considerarmos a população em Portugal, isto significa que dos 10.562.178 cidadãos, mais de 1,3 milhões poderão estar em situação de elevada vulnerabilidade e risco de virem a desenvolver adição à Internet futuramente, advertiu Halley Pontes, que liderou a análise, em declarações à Lusa.

Por detrás do “vício” está, muitas vezes, o “uso excessivo e problemático” de aplicações específicas, como conteúdos para adultos, apostas online, videojogos, entre outros, avança o responsável.

São os utilizadores com "risco elevado" de desenvolverem dependência que mais preocupam, por apresentarem um padrão de uso da internet de "automedicação". Halley Pontes explica que estes acedem à internet para se sentirem melhor e fugirem a estados de humor desfavoráveis ou depressivos.

Por outro lado, usam a web  de "um modo compulsivo e desregulado" que agrava os sintomas de adição e exibem "uma constante preocupação" com o uso dessa ferramenta que domina a sua vida.

Estes utilizadores apresentavam mais "consequências negativas" resultantes do uso da internet em vários contextos, como o educacional, profissional, familiar, e até mesmo a nível da saúde física e mental.

Os homens são os mais predispostos a desenvolverem adição à internet, mas as mulheres não estão fora de risco.