Como importante recurso de informação, a Internet é cada vez mais utilizada pelos estudantes como auxiliar nos trabalhos escolares, mas no lugar de pesquisarem, estes jovens preferem copiar "obra feita".

O alerta é dado pela coordenadora do EU Kids Online Portugal, Cristina Ponte. "As crianças vão à Internet fazer pesquisa para o trabalho escolar e muitas vezes essa pesquisa resulta num plágio", referiu à Agência Lusa a investigadora, a propósito do Dia Europeu da Internet Segura, assinalado esta terça-feira.

Segundo Cristina Ponte, muitas crianças pensam que fazer pesquisa é "ir à Internet, está aqui, corta, cola, imprime e já está", disse, chamando a atenção para os "efeitos negativos na qualidade do conhecimento que se adquire".

A investigadora da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa considerou que os pais devem intervir, perguntando aos filhos como estão a fazer o trabalho. Cristina Ponte disse também que os professores na escola "devem contrariar este método".

A coordenadora do EU Kids Online Portugal, projecto que desde 2006 faz pesquisas a nível europeu sobre os usos da Internet, telemóvel e outras tecnologias por parte das crianças, sublinhou que os pais portugueses desconhecem parte do que os seus filhos fazem online. "Os pais portugueses vêm com muito entusiasmo o acesso dos filhos à Internet, porque consideram a Internet como meio de aprendizagem. Mas não têm ideia, até porque são pouco utilizadores, de tudo o que as crianças fazem na Internet", considera.

Recorde-se que um estudo promovido recentemente ao abrigo da mesma iniciativa o número de crianças e jovens portugueses que utilizam a Internet continua a crescer, em idades cada vez mais baixas, acentuando a diferença em relação aos pais cibernautas.

De acordo com o relatório, Portugal era um dos poucos países europeus em que os mais novos navegam mais do que os seus pais, o que levava Cristina Ponte a apelar à necessidade urgente de "formação tecnológica parental".