Julian Assange, exilado na embaixada do Equador, em Londres, desde 2012, decidiu apontar um novo editor-chefe para o WikiLeaks. O jornalista e ativista australiano viu as suas linhas de comunicação com o exterior cortadas e não tem podido trabalhar para o portal. Em consequência, o islandês Kristinn Hrafnsson vai passar a desempenhar as funções que pertenciam a Assange. O fundador do site vai continuar a trabalhar para o mesmo, mas vai assumir um novo papel.

Em comunicado, Hrafnsson criticou o Equador pelo tratamento que tem dado a Assange, e agradeceu a confiança que lhe foi depositada para continuar o trabalho do WikiLeaks.

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Em termos práticos, esta alteração não deverá ter grande impacto no funcionamento do portal. Assange está afastado das operações desde o passado mês de março e Hrafnsson parece interessado em manter a estratégia que o site tem seguido nos últimos anos.

Este era, no entanto, um dos menores problemas do WikiLeaks, que está a ser processado pelo Comité Nacional do Partido Democrata dos EUA. Os democratas defendem que os jornalistas cooperaram com entidades russas para disseminar informações roubadas por hacking durante as eleições presidenciais de 2016. Assange está também sob fogo, uma vez que a embaixada do Equador tem ameaçado o australiano com a expulsão. A concretizar-se, o ativista poderá enfrentar várias disputas legais.