A Microsoft anunciou que apresentou 15 queixas em tribunal contra várias empresas que acusa de "inundar" as caixas de correio dos seus clientes com mais de dois milhões de emails não solicitados, vulgarmente conhecidos como spam.



Segundo declarações oficiais da empresa de Bill Gates, as mesmas queixas (apresentadas em Washington e Londres) referem-se apenas àquele spam que se revelou mais enganador e ofensivo para os seus clientes, isto entre um volume gigantesco deste tipo de mensagens que hoje representa cerca de 50 por cento de todo o tráfego de emails.



Quanto à razão da escolha da primeira cidade norte-americana para apresentação da queixa, esta prende-se com as duras leis desse Estado da América do Norte face a este tipo de crime que permitem que as empresas que se sintam lesadas possam pedir elevadas quantias de indemnização aos alegados infractores. No caso da capital inglesa, a escolha deveu-se ao alargado número de clientes que a Microsoft aí possui e pelo consequente volume de queixas de quebra de produtividade causado pelo spam, que, a nível global, a empresa estima que se traduza na perda de 2,5 mil milhões de euros.



Esta medida da Microsoft vem na sequência de anteriores queixas apresentados pelo mesma e por outras empresas suas rivais como a America Online, que, em Abril, também apresentou queixa num tribunal federal norte-americano contra empresas alegadamente envolvidas na difusão de spam, responsabilizando-as pelo envio de mil milhões de emails não solicitados.



Na mesma altura em que o gigante do software mundial apresentou as referidas queixas avançou ainda com um plano de ataque ao spam em toda a região EMEA (que engloba a Europa, Médio-Oriente e Ásia) que passa não só pela sua denúncia junto das autoridades competentes, mas também pelo desenvolvimento de novas tecnologias (nomeadamente filtros) que impeçam que os mesmos se espalhem; pela tentativa de criação de uma auto-regulação na indústria que permita a adopção de selos normalizados de garantia da "validade" dos emails e pela colaboração com os Governos para a implementação de leis mais rígidas no sector - incluindo-se aqui o apoio da Microsoft à directiva Electronic Communications Data Protection Directive aprovada pelo Parlamento Europeu a 12 de Julho de 2002 e que visa a protecção dos consumidores europeus face ao spam.



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