O famigerado Napster deverá lançar esta quinta-feira a "versão beta" do seu novo serviço de subscrição, segundo o noticiado pela agência Reuters. Desta vez a partilha não autorizada de ficheiros protegidos por direitos de autor - característica que tornou o serviço popular entre os utilizadores e detestada pelas editoras discográficas - será impedida.



Sem a presença dos conteúdos das grandes editoras, esta versão beta do serviço não se destina ao público em geral. Em vez disso, será disponibilizado a 20 mil utilizadores, escolhidos aleatoriamente de um grupo de mais de dois milhões que se ofereceram para participar no teste piloto.



Os ficheiros disponíveis nesta fase são cerca de 100 mil e foram todos licenciados gratuitamente ao Napster por editoras independentes que concordaram em trabalhar com o serviço. Em entrevista à Reuters, Konrad Hilbers, director executivo do Napster, afirmou que também espera vir a estabelecer acordos com algumas das grandes editoras de música de modo a que a versão completa do serviço possa ser feita a partir do fim do primeiro trimestre deste ano. "Não sentimos total resistência de nenhuma das grandes editoras", afirmou. O mesmo responsável explicou que a versão completa só será lançada se puder disponibilizar conteúdos das grandes editoras.



Ainda segundo as declarações de Konrad Hilbers, a versão beta será gratuita, mas o serviço completo irá custar algo entre 5 e 10 dólares por mês, o que dará direito a 50 downloads mensais, sem limite ao número de ficheiros incluídos em cada um deles.



A partir do serviço serão oferecidos dois tipos de ficheiros: os normais de música MP3 e os ficheiros ".nap", que de acordo com o explicado por Shawn Fanning, fundador do Napster, "são MP3s com uma camada protectora que impede que os ficheiros sejam copiados do servidor para os CDs".



Embora o "novo Napster" se pareça em muitas coisas com as versões mais antigas do software, Fanning garante que 98 por cento do código por detrás do programa foi reescrito para melhorar as suas várias funções.



Ao que tudo indica, é provável que a cada música seja adicionada informação contextual, nomeadamente discografia do artista, a lista de músicas incluídas em albúns anteriores ou recomendações da equipa Napster sobre outras músicas.



Este popular serviço estava "desligado" desde o Verão passado, depois da ter sido processado pelas editoras discográficas com a acusação de facilitar a infracção aos direitos de autor ao permitir que os utilizadores partilhassem gratuitamente versões digitais de músicas dos seus artistas.



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