Há um fosso digital que divide quem tem e quem não tem ligação à Internet, mas há também uma clara diminuição do gap entre ligações de banda larga e ligações de banda estreita. As conclusões são de mais um estudo apresentado esta manhã pela Anacom.



O documento, que analisa a evolução da Internet residencial e da banda larga em Portugal, conclui que entre 2004 e 2005 (anos analisados) se estabeleceu a diferença entre o número de utilizadores que acediam à Internet através de uma ligação de banda larga ou de uma ligação de banda estreita.



O estudo da autoria de Réka Horváth, da Universidade Católica, defende ainda que entre os dois anos de análise é também notória uma redução das diferenças no que se refere ao acesso à Internet, em função das várias regiões geográficas do país. Uma constatação que se explica com o maior investimento dos ISPs na extensão das suas redes para além dos grandes centros urbanos, acredita a autora.



Tendo em conta o interesse que o estudo reflecte na melhoria das condições de ligação à Internet por parte dos utilizadores que possuem uma ligação de banda estreita, para a actualização até à banda larga. E dado o facto da maioria dos portugueses com PC possuírem Internet, a autora do estudo infere que uma aposta na subsidiação de PCs e dos serviços de acesso à Internet ajudaria a aumentar as taxas de penetração da tecnologia. A conclusão não decorre do estudo, mas é inserida no mesmo tendo em conta os resultados de outros documentos de investigação que avaliem a realidade de cenários como Portugal, onde a taxa de posse de PC é muito baixa.



No que se refere às conclusões que apontam para a existência de um fosso digital entre utilizadores e não utilizadores de Internet este é explicado pelos maiores níveis de instrução e rendimentos mais elevados dos agregados com Internet.



O estudo, o quinto apresentado pela Anacom no âmbito de um ciclo de seminários que se prolonga desde o ano passado, é construído a partir de uma amostra de 4000 portugueses e desenvolvido com recurso a entrevistas telefónicas (a um número mais reduzido de habitantes). Utiliza um modelo econométrico que tem em conta um conjunto de factores como a idade, o rendimento familiar ou as habilitações literárias para definir probabilidades (odds ratio).



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