Stuart Lynn, presidente do Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN), organismo criado pelo governo norte-americano que é responsável pela atribuição e administração dos sufixos dos sites da Web, afirmou ontem que apoia a criação de novos domínios de topo (TLDs - Top Level Domains) restritos a membros, em lugar de sufixos abertos ao público em geral.



Lynn, citado pela agência Reuters, indica como razão que os TLDs acessíveis apenas a membros de um grupo seleccionado como as instituições de ensino - como é o caso do ".edu" - ou museus - como o ".museum" - vão provavelmente colocar menos problemas do que os domínios destinados ao público em geral.



"Vários dos problemas que envolvem os novos TLDs são menores num ambiente patrocionado", afirmou. Em 10 de Dezembro, Vinton Cerf o presidente do conselho de administração do ICANN e um dos autores do protocolo TCP/IP - a base de funcionamento da Internet -, veiculou numa conferência de imprensa opiniões semelhantes às de Lynn.



"É provavelmente mais fácil para o ICAN apoiar TLDs patrocionados, em oposição com os TLDs genéricos", explicou Cerf, citado pela agência de informação. "Também ajuda a equilibrar os problemas com marcas registadas". Lynn e Cerf salientaram que as suas opiniões eram feitas em nome individual e não do ICANN, mas afirmaram que outros directores deste organimo estão de acordo consigo.



Pelo contrário, Karl Auerbach, um membro da direcção, afirmou que o ICANN não deve impôr normas aos novos TLDs e muito menos limitar o número de domínios disponíveis. O conselho de direcção do ICANN aprovou sete novos domínios em Novembro de 2000 - ".biz", ".info", ".name", ".pro", ".aero", ".coop" e ".museum" - mas ainda não estabeleceu planos definitivos para alargar o sistema de nomes de domínios.



Um comité dirigido por Lynn está a conceber princípios destinados a avaliar o sucesso dos novos domínios. Os sete TLDs foram aprovados para dar resposta a receios de que os nomes mais desejados em dominíos populars como o ".com", ".net" e ".org" se tornaram cada vez mais raros de encontrar.



Mas um estudo recentemente divulgado pela Netcraft (ver Notícias Relacionadas), empresa de estudos sobre a Internet, revelou que a procura de nomes de domínio diminuiu, já que o número de sites activos desceu de Novembro para Dezembro de 2001 em 182.143, situando-se agora no total de 36,28 milhões.



Os analistas atribuem esta queda no total de nomes registados a um declínio de cybersquatting - prática de registar nomes de domínios relativos a grandes empresas, sem se possuir a marca registada relativa a esse nome -, uma vez que existem menos especuladores a comprarem nomes com o objectivos de os revendê-los para obter lucro.



"As dispustas de cybersquatting são menos prováveis num domínio fortemente regulado", afirmou Lynn. Poderá ocorrer uma diminuição desses lítigios relacionados com a posse da marca registada, porque existe uma maior avaliação cuidadosa de forma a assegurar que alguém está a utilizar o nome para o fim que indicaram inicialmente".



Dois dos novos domínios de acesso ao público, o ".biz" e o ".info", tiveram alguns problemas durante o seu processo de entrada em vigor, no ano passado. A Afilias, um consórcio constituído por 18 empresas que vendem nome de domínios e que é responsável pela administração do ".info", tentou detectar os detentores de nomes que utilizam marcas registadas falsas para obter endereços como www.finance.info.



Segundo dados indicados pela Reuters, um quarto dos nomes concedidos durante esta fase especial de pré-registro para detentores de marcas registadas podem ter sido obtidos recorrendo a informação falsa. A NeuLevel, empresa encarregada de administrar o domínio ".biz", enfrenta actualmente um processo instaurado por um grupo de clientes que acusam a companhia de utilizar um métodos de lotaria ilegal para ceder endereços mais apetecíveis como www.show.biz.



A Afilias afirma que já registou mais de 675 mil nomes, ao passo que a NeuLevel registou já 500 mil endereços terminados em ".biz". A VeriSign, por seu lado, controla cerca de 23 milhões de endereços com TLDs ".com".


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