O Telepeças não é recente. O projeto nasceu em 2007 e já na altura prevalecia a ideia de que devia ser um negócio a funcionar exclusivamente numa base online. Vários anos depois a empresa que está sediada em Braga continua a fazer evoluir a sua plataforma e alguns números mostram como o conceito funciona: em média, cada pedido de peças feito pelos utilizadores recebe quatro respostas.



Só entre abril e agosto deste ano o Telepeças processou cerca de 30 mil solicitações que em conjunto valiam mais de cinco milhões de euros. Mais de 80% dos clientes do serviço são oficinas, stands e casas de peças, mas os utilizadores privados também podem usar a plataforma para um “desenrasque”.



Imagine que o seu carro precisa de um novo espelho: basta ir ao Telepeças, indicar o modelo e o ano do veículo, fazer uma descrição da peça que quer e enviar o pedido. A maior parte das respostas chegam ainda dentro de um prazo de 24 horas e o utilizador depois apenas terá de escolher aquela que considera mais vantajosa. Um modelo de funcionamento semelhante ao que também é aplicado no Net Peças.



Já do lado dos clientes empresariais existe toda uma outra panóplia de informações. Além de terem acesso a todos os pedidos que são feitos, é ainda possível ter acesso a uma lista em tempo real do número de peças que vão ter origem no desmantelamento de automóveis.



Como? A Telepeças é revendedora oficial do software de gestão especializado apenas para centros de abate de viaturas. O programa é desenvolvido pela também empresa portuguesa mk-IS e dá pelo nome de Atena Software VFV (Viaturas em Fim de Vida).



Através deste programa uma oficina pode saber quando um carro vai entrar no centro de abate e quando é que as peças vão estar disponíveis. Desta forma é possível fazer uma gestão mais ampla do stock de peças – neste caso em segunda mão – e consecutivamente responder melhor aos pedidos dos clientes.



A inclusão do Atena Software VFV surgiu como mais uma necessidade que a Telepeças teve durante o seu percurso de desenvolvimento, contou em conversa com o TeK o sócio-gerente da empresa, Luís Moreira.



Atualmente a Telepeças tem mais de 174 parceiros em todo o território nacional. O responsável pela empresa considera que em Portugal "não existe concorrência", pelo que a próxima fase do negócio passa por Espanha. A empresa nortenha já tem alguns fornecedores no “país vizinho”, mas será preciso um maior foco de negócio em Espanha para que o Telepeças possa aí crescer.



A região da Galiza será a primeira “paragem” e a expansão internacional deverá acontecer já durante 2015.



Até lá a empresa está dedicada à consolidação das soluções que apresenta atualmente, sendo que estão também a ser desenvolvidas aplicações móveis para que o Telepeças possa também corresponder às novas exigências por parte de negócios e consumidores finais.

Nota de redação: Artigo corrigido para clarificar que a referência ao serviço Net Peças foi feita pelo TeK e não por Luís Moreira, como podia dar a entender. A referência foi entretanto movida para outro parágrafo. Também foram atualizadas as declarações sobre a não existência de concorrência.

Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico