O FBI anunciou o desmantelamento de uma rede internacional que se dedicava à fraude bancária por via da Internet, classificando o esquema de "um dos maiores casos de cibercrime alguma vez investigados" por aquela polícia, relatam vários meios de comunicação internacionais.

De acordo com a informação avançada, o grupo terá desviado 70 milhões de dólares (cerca de 51 milhões de euros) de contas de pequenas empresas, câmaras municipais, igrejas e outras vítimas, localizadas nos EUA.

O esquema, que vinha sendo usado "há vários anos", implicava actividades em vários países europeus e o recurso a cerca de 3.500 "mulas" nos Estados Unidos - pessoas cujas contas bancárias eram usadas para depositar e transferir os montantes desviados para os "beneficiários" do esquema, que se encontravam na Europa.

Para se apropriarem dos dados que lhes permitiam conseguir o dinheiro, os cibercriminosos enviavam, a pequenas empresas e câmaras municipais, emails contendo um programa destinado a corromper o sistema informático: o trojan Zeus.

O software registava as teclas pressionadas pelos utilizadores dos computadores, captando dados como números de contas bancárias, palavras passe e outros códigos de acesso.

Depois de conseguidos os dados de acesso às contas das vítimas, os montantes eram transferidos para outras contas, normalmente detidas por pessoas residentes nos EUA com vistos de estudante, que eram recrutados para participar no esquema. Terá sido a observação de um padrão de transferências bancárias para sites baseados em países de Leste que permitiu às autoridades começarem a seguir o rasto do grupo.

Na sequência da investigação, que envolveu autoridades de vários países, entre os quais a Holanda, o Reino Unido, onde foram detidos 20 suspeitos, e a Ucrânia (5 detidos). No total terão sido identificados 92 suspeitos.

Num comunicado online, o FBI adianta ainda ter procedido à detenção de 10 suspeitos e estar à procura de outros 17. A polícia fornece também um gráfico ilustrativo do esquema, que pode ser consultado aqui.