O objetivo da rede gerida pela FCT é promover a inclusão e a literacia digital, conseguindo atrair mais pessoas para a utilização da Internet no acesso a vários serviços e também aumentar as competências digitais, que ainda são reduzidas em grande parte da população portuguesa. Metas que estão alinhadas com a iniciativa Get Online Week que o TeK está a acompanhar e na qual Portugal participa pela primeira vez.

Desde que foi lançada em final de 2013, a Rede TIC e Sociedade tem feito um trabalho de mobilização de parceiros que se possam tornar facilitadores digitais, chegando a populações mais fragilizadas e que mantêm perfis de maior exclusão face às ferramentas digitais, sobretudo os mais idosos e nas franjas economicamente mais desfavorecidas da sociedade.

Ana Neves, diretora do Departamento da Sociedade de Informação da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), explica ao TeK que a rede foi construída tendo por base a experiência adquirida com o projeto da Rede de Espaços Internet, mas que “capitaliza também na experiência com as Academias TIC e no muito que tem vindo a ser feito por agentes de inclusão e literacia digital espalhados por todo o país”.

Atualmente a rede conta com cerca de 400 membros, maioritariamente facilitadores digitais, onde se incluem “entidades detentoras de redes próprias sólidas, capilarizadas geograficamente e qua atuam junto de públicos prioritários em termos de inclusão digital, nomeadamente RUTIS, União das Misericórdias, Programa Escolhas e IEFP, e outros players relevantes como a DGE, Portugal Telecom, ANETIE, CCDRs Centro, LVT, e Alentejo, ACEPI e ANPRI”.

A adesão tem vindo a crescer de forma gradual, sobretudo desde agosto de 2014, e a angariação de novos parceiros decorre de forma permanente, sendo que neste momento o principal foco está na mobilização para dinamizar ações conjuntas e concertadas de promoção da inclusão e da literacia digital.

Embora considere que é cedo para fazer balanços, Ana Neves lembra que a principal meta a atingir é a redução do fosso digital, chegando aos 30% de pessoas que nunca utilizaram a internet, e também a 55% da população e a 49% da força de trabalho que têm competências digitais baixas ou nulas. Para 2020 a Agenda Portugal Digital traçou a meta de reduzir estes números em 10%, fixando em 23% a percentagem de pessoas que nunca usou a Internet.

Uma meta que Ana Neves acredita que pode ser atingida e superada. “Esperamos que com o trabalho da Rede TIC e Sociedade e do Programa de Inclusão e Literacia, que se encontra em fase de desenvolvimento, esta meta possa não só ser atingida como até superada em prol do desenvolvimento de Portugal no capítulo da Sociedade da Informação e da Economia Digital”, afirma.

Apesar de todo o trabalho, é certo que vão manter-se sempre “resistentes” à utilização da Internet e das ferramentas digitais, sendo expectável sobretudo entre os mais idosos, embora segundo os dados do INE de 2014, mesmo nas faixas etárias mais jovens [16-24 anos] seja ainda possível encontrar cerca de 2% de não utilizadores da Internet, lembra a diretora do departamento da Sociedade de Informação da FCT.


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