Uma análise efectuada por um grupo de especialistas norte-americanos garante que os sistemas de eVoting são inseguros e passíveis de serem corrompidos. Os autores do relatório, que analisaram o sistema desenvolvido para as próximas eleições americanas, justificam a conclusão com a arquitectura da Internet e colocam dúvidas quanto ao seu sucesso.




O grupo foi contratado pelo Departamento de Defesa norte-americano como conselheiro. A resposta dada às autoridades sublinha o elevado potencial de fraude subjacente ao sistema que, no entender dos observadores, é "inaceitável" para uma tarefa de tanta importância como a nomeação dos representes oficiais do país.




O sistema em causa resulta do projecto Secure Electronic Registration and Voting Experiment (SERVE) e será pela primeira vez posto em prática no próximo mês de Fevereiro, nas eleições primarias da Carolina do Norte. O objectivo é permitir aos cidadãos americanos devidamente registados efectuar o seu direito de voto a partir de qualquer parte do mundo, tendo em vista cerca de seis milhões de eleitores que se encontram nesta situação, entre militares e emigrantes.




Depois de analisado o protótipo os especialistas garantem que este é violável através de um comum ciber-ataque que pode ser efectuado por um único indivíduo ou uma qualquer organização fora dos Estados Unidos que, pela sua localização, nem sequer esteja afecta às leis norte-americanas.




Segundo estes observadores será fácil para um hacker criar uma página de Internet falsa para a qual direccionará o utilizador evitando o seu voto ou alterando o sentido deste, junto do servidor a que deveria ter acesso. Da mesma forma, pode ser levado a cabo um ataque através de vírus que instalado no computador dos eleitores seja programado para monitorizar as acções do utilizador ou mesmo modificar o seu sentido do voto para em seguida se apagar sem deixar provas.




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