O site do Tribunal da Relação do Porto foi ontem atacado por um grupo hacker que fez um deface à página de entrada no portal, para passar uma mensagem de apoio à causa islâmica. A mensagem, escrita em árabe, foi assinada pelo grupo Dr. SHA6H, que se assume como defensor da causa islâmica e de Bin Laden. Desde o início de novembro o movimento terá já atacado mais de oito mil sites.



Segundo o Diário de Notícias, que avança a informação, o site esteve bloqueado com este conteúdo durante várias horas e só ao final do dia foi possível repor a normalidade.



As razões que levaram o grupo a escolher o site do Tribunal da Relação do Porto estão por apurar. Em declarações à Lusa, já esta manhã, o presidente do TR do Porto, José Lameira, confirmou que a instituição desconhece as razões do ataque.



"De facto a página continha uns carateres que eu admito que fossem árabes, mas como não domino essa linguagem não sei dizer o que estava escrito", acrescentou o mesmo responsável.
A escolha dos sites que são alvo deste tipo de ataques tem muitas vezes pouco a ver com a entidade em questão. Os alvos são antes identificados pelas vulnerabilidades que mantêm nos seus sites.



Terá também muito provavelmente sido o que aconteceu em outubro, quando o site de outra instituição portuguesa foi alvo de um ataque, levado a cabo por um grupo turco.



Na altura, um conjunto de sites ligados ao Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural passou a exibir durante várias horas (dias em alguns casos), a imagem daquele grupo hacktivista e uma música turca.



Nessa altura David Sopas, especialista em segurança, explicava no Websegura que o ataque não terá tido como alvo específico as entidades portuguesas, mas que acabou por afetá-las pelo facto dos sites conterem vulnerabilidades. As falhas foram detetadas pelos atacantes nas pesquisas que realizaram em motores de busca para encontrar sites com essas fragilidades.



A imagem que o site do TR passou a exibir durante o ataque já não está visível na página, mas está ainda disponível no Zone-H, onde o grupo tem reportado todos os ataques realizados. Dizem as contas aí mostrados que foram 8.401, dos quais 6.324 foram defaces.

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Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira