Dois dos sites mandados encerrar pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) há cerca de duas semanas - no âmbito de uma operação de combate à venda ilegal e contrafacção de medicamentos - ignoraram a ordem e continuam a vender medicamentos sem receita médica.

A notícia é avançada hoje pelo Público, que cita uma resposta por escrito da entidade, que afirma estar a "desencadear os necessários procedimentos com as autoridades competentes para corrigir a situação".

Os websites apresentam endereços com domínio português e providenciam medicamentos para problemas como a impotência, obesidade, calvície ou a gripe, a preços mais elevados que os praticados nas farmácias.

No âmbito da operação denominada Pangea II, envolvendo mais 26 países, foram identificados pelo Infarmed quatro sites com conteúdos ilegais e um ficou em investigação.

Dois deles eram portais com publicidade à venda de medicamentos, que foi retirada após a notificação da Autoridade Nacional. Mas na lista estavam também o euroclinix.com.pt e o 121doc.com.pt que não cessaram, até à data, as suas funções.

Os produtos vendidos nestas "farmácias online", que estas afirmam terem origem no Reino Unido, são enviados para casa dos clientes com "receita médica grátis", ou que os seus médicos "podem prescrever". A necessidade de receita é sempre referida afirmando-se, no entanto, que esta pode ser obtida mediante resposta às perguntas dos médicos que colaboram com o serviço.

Os sites, em português, fazem parte de um serviço a nível europeu, com domínios registados em mais de uma dúzia de países. Mas, ainda de acordo com informação avançada pelo jornal, que cita "fonte da instituição", encontram-se sedeados nos EUA.

O congénere espanhol do 121doc foi encerrado a semana passada, juntamente com outras três páginas do género, depois de uma denúncia efectuada em Maio por uma associação de consumidores.

Em Portugal, o site exibe uma "notificação importante" confirmando que "foi contactado" e respondeu ao Infarmed "para que um diálogo tenha início", mas ainda não obteve resposta da organização.

No âmbito da operação Pangea II, que decorreu entre 16 e 20 de Novembro, foram identificados 751 sites e encerrados 72, nos 27 países visados.