Um estudo recente dá conta que 80 por cento dos cidadãos europeus aprovam a qualidade dos serviços públicos já disponibilizados online nos respectivos países. Destes, cerca de um quarto garantem estar bastante satisfeitos com os serviços em causa e apontam como principais benefícios a redução de tempo despendido para realizar determinada tarefa (uma vantagem reconhecida por 84 por cento dos inquiridos) e a maior flexibilidade desses mesmos serviços (resposta dada por 65 por cento dos inquiridos).



Cerca de 80 por cento dos utilizadores garantem inclusive que recomendariam os serviços em causa a outras pessoas, justificando a sua resposta com a facilidade de utilização dos mesmos - para os cidadãos - e a velocidade dos serviços garantida pela via digital - para as empresas.



Um processo em curso na generalidade dos países da União Europeia, a digitalização dos serviços públicos é um trabalho complexo e que de acordo com os estudos divulgados recentemente pela OCDE não tem fórmulas únicas.



Reunidos em Lisboa no mês de Setembro, a convite da OCDE, um conjunto de 16 países, em diferentes estádios de desenvolvimento discutiram os resultados das suas diferentes experiências e reflectiram sobre os dados já apurados relativamente aos caminhos possíveis dentro e fora da Europa.



Um porta-voz daquela organização avançou posteriormente aos jornalistas algumas das mais importantes conclusões do encontro sublinhando a importância de ouvir a voz dos cidadãos, como uma das peças chave para o sucesso do e-gov. O responsável (Rolf Alter, Deputy Director do OCDE Directorate for Public Governance) avançou que as experiências de maior sucesso referem-se aos países onde os serviços digitalizados corresponderam às necessidades mais prementes dos cidadãos. Segundo o mesmo representante, os 16 países reunidos concluiram ainda que a simplicidade desses serviços, por forma a melhorar a relação entre cidadãos e governos, seria talvez uma das poucas premissas que poderia ser observada de forma igual por todos os Governos.



Os resultados do estudo agora apresentado pela Comissão Europeia parecem caminhar no mesmo sentido apurando que os elementos cruciais de uma estratégia de e-Gov bem sucedida passam pela optimização das diversas áreas de trabalho, simplificação de processos, aumento da partilha e reutilização da informação entre as diversas entidades e autoridades públicas.



Erkki Liikanen, Comissário Europeu para a Sociedade da Informação, considera que os resultados do estudo agora apresentado "são uma ferramenta bastante útil para os administradores públicos em processo de digitalização dos serviços que dirigem".



O estudo foi encomendado pela Comissão Europeia como suporte aos objectivos traçados pelo eEurope 2005 e teve por base o contacto com 28.114 utilizadores residentes em 18 países europeus. O objectivo é apurar os progressos e aceitação do trabalho já realizado. No próximo ano será realizado um estudo idêntico com os mesmos objectivos, fazer o benchmarking dos serviços públicos. Os resultados do próximo estudo deverão estar disponíveis a meados do ano.



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