Mais de um terço dos hospitais usam a Internet para fazer encomendas de produtos (34 por cento) e uma percentagem idêntica já fez pagamentos pela mesma via (32,4 por cento), revela o estudo A Sociedade da Informação em Portugal.



De acordo com o documento, apresentado hoje pela UMIC e pelo Instituto Nacional de Estatística, a utilização da Internet nos hospitais tem-se tornado uma ferramenta mais abrangente, no que diz respeito às tarefas que ajuda a desempenhar.



É disso prova uma utilização crescente dos sites das instituições para disponibilizar informação, nomeadamente sobre prevenção e cuidados de saúde (50 por cento dos sites), indicações sobre procedimentos em caso de emergência médica (30 por cento), ou apresentação de tabelas de custos dos serviços prestados.



No que se refere às indicações sobre procedimentos para situações de emergência os números apresentados revelam que a disponibilização deste tipo de informação nos sites dos hospitais quadruplicou face ao estudo anterior, realizado há dois anos atrás.



Outro dos dados apurados tem a ver com a utilização da Telemedicina nos hospitais. Neste indicador o estudo deste ano apurou que 23 por cento das unidades hospitalares já usam esta facilidade, sobretudo para fazer telediagnóstico e teleconsulta, embora face a 2004 a evolução seja pouco significativa e no que diz respeito ao telediagnóstico se registe mesmo uma diminuição.



Uma boa percentagem dos 198 hospitais inquiridos mostram ainda intenção de adoptar procedimentos marcação de consulta online (43 por cento), consultas online (21 por cento) ou rastreio médico online (17 por cento).



A banda larga, tecnologia essencial para a realização destes projectos, está cada vez mais disseminada na área da saúde - existe em 94 por cento dos hospitais - sendo que 38 por cento das unidades consomem velocidades iguais ou superiores a 2 Mbps, cinco vezes mais que em 2004.



São também focadas neste documento de balanço dos progressos da Sociedade da Informação em Portugal as áreas da educação (no ensino básico e superior), Administração Pública Central, Regional e Local (ver notícias relacionadas), economia e população.



Na maioria dos casos, os números apontados já foram disponibilizados, mas estão pela primeira vez reunidos num único trabalho que contou com a colaboração dos principais organismos de informação estatística.



Coordenador do trabalho, Roberto Carneiro - que também dirige o Observatório para a Sociedade da Informação - adiantou que é intenção do grupo dar continuidade ao trabalho e torná-lo mais rico com a colaboração de mais entidades.



"Temos que garantir uma periodicidade mínima de actualização", lembrou considerando que só dessa forma é possível acompanhar as evoluções da Sociedade da Informação e garantir a utilidade do trabalho já realizado.



O mesmo responsável referiu que gostaria de tornar possível o tracking de quem vai procurar este tipo de informação, por forma a que o grupo pudesse apurar o sentido do seu trabalho de pesquisa. Disse ainda que além do estudo de formas que permitam dar "mais inteligência" a este trabalho estatístico, introduzindo uma componente interpretativa, têm também sido debatidas novas áreas de estudo.



Uma das possibilidades que tem sido debatida tem a ver com a criação de mecanismos que permitam acompanhar no território nacional os avanços das metas propostas no plano europeu i2010.



Áreas como a Justiça ou as Forças Armadas podem também vir a ser cobertas por este tipo de trabalho estatístico, coordenado entre vários organismos. Já decido está o avanço no próximo ano de um estudo sobre as TIC no sector da hotelaria. A Madeira servirá de pano de fundo a um piloto que será o primeiro passo de um trabalho a realizar em todo o território.



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